sábado, 23 novembro 2024

Unicamp apura imagens em novo caso de racismo

A Reitoria da Unicamp (Univerdade Estadual de Campinas) emitiu nota oficial ontem, na qual “condena com veemência” a atitude “deplorável” de quem encaminhou uma mensagem com ofensas racistas e homofóbicas a um professor de Português do Cotuca (Colégio Técnico da Unicamp), em Campinas, na última quarta-feira.

 

A direção do colégio informou que vai buscar nas imagens de câmeras internas de monitoramento a possível identificação do autor (ou autores) da ação.

 

A direção do Cotuca, que classificou o episódio como “lamentável e gravíssimo”, determinou a abertura de sindicância interna e orientou o registro de um boletim de ocorrência pelo professor, que não teve seu nome divulgado. A mensagem foi deixada na quarta-feira à noite no armário do docente, que é também acessado pelos estudantes para deixar trabalhos escolares, o chamado “escaninho”.

 

É o segundo caso de intolerância racista em estabelecimento comandado pela Unicamp em pouco mais de um mês. Em 14 de agosto, um ex-aluno da universidade foi flagrado por câmeras pichando muros, banheiros e mesas com incitações racistas, apologias ao nazismo e ao “poder branco”.

 

Entre as mensagens deixadas pelo autor no IEL (Instituto de Estudos da Linguagem), no IG (Instituto de Geociências), além da Biblioteca Antonio Cândido, foram pichadas referências ao massacre de 15 alunos na escola de Columbine (EUA), em 1999, símbolos da suástica nazista e menções a um ataque: “Vai ter chacina”, dizia uma das mensagens. O autor das pichações foi identificado pelas imagens das câmeras, ouvido e indiciado pela Polícia Civil por dano ao patrimônio público e ameaça. Ele responde em liberdade.

 

MEDIDAS CABÍVEIS
Ontem, estudantes e professores se reuniram no ginásio do Cotuca e produziram cartazes, exibidos na frente do colégio, em forma de protesto. “A Reitoria da Unicamp e a direção do Cotuca tomarão todas as providências para apurar o fato, identificar o autor desse ato deplorável e aplicar as medidas cabíveis. Atos dessa natureza são incompatíveis e absolutamente inaceitáveis no âmbito de uma comunidade que preza pela democracia, a diversidade e a convivência respeitosa”, diz a Reitoria da Unicamp.

 

Em sua manifestação, a direção do colégio também esclarece que, “a partir desse lamentável caso, um conjunto de ações de formação será intensificado pela Comissão Cidadã do Colégio, que conta com alunos, funcionários e professores”.
Ontem foi agendada uma reunião emergencial com a Comissão Cidadã, grêmio e coletivos da escola para definição de ações educativas, trazendo a posição institucional contra toda forma de discriminação e desrespeito aos direitos humanos.
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