A Unicamp e a montadora Nissan assinaram ontem, em Campinas, um contrato para o desenvolvimento de um estudo sobre uso de bioetanol como opção para a mobilidade elétrica. A fabricante japonesa é a primeira no mundo a desenvolver um protótipo de veículo com célula de combustível de óxido sólido (SOFC), que funciona com energia gerada por etanol.
O documento foi firmado pelo reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, e pelo presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva. A pesquisa será conduzida no Laboratório de Genômica e BioEnergia da Unicamp. O acordo prevê análises, pesquisas e desenvolvimento de produtos e processos relacionados a tecnologias veiculares e biocombustíveis.
“É um primeiro contrato, feito com um único laboratório, para desenvolvimento e testes de uma nova tecnologia da Nissan”, disse o reitor, Marcelo Knobel. Marco Silva, por sua vez, adiantou que a ideia é colocar a tecnologia do etanol nos veículos da Nissan não apenas no Brasil. “Queremos levar essa tecnologia desenvolvida para o Japão e também para outros países.
Temos vários interesses em relação à eletrificação e formas de propulsão, e o motor 100% elétrico é um deles, mas vemos uma oportunidade para nossos produtos através da tecnologia baseada na célula de combustível de óxido sólido. E o estudo da Unicamp vai nos ajudar nesta tecnologia completamente inovadora de hidrogênio gerado pelo etanol”, disse o executivo.
Apesar da utilização do etanol, não se trata de um conjunto híbrido, já que não há combustão. O álcool entra no sistema apenas para produzir, por meio de reação química, o hidrogênio – responsável por abastecer a célula de combustível, que gera a eletricidade.
O primeiro período de testes de abastecimento e utilização do SOFC foi realizado até 2017 pela equipe de de Pesquisa e Desenvolvimento do fabricante. Atualmente, o protótipo está em nova fase de testes no Japão, mas conforme Marco Silva, será trazido de volta ao Brasil até o final do ano.