sábado, 7 junho 2025
MOBILIDADE

Usuários da Zona Azul divergem sobre qualidade dos serviços em Americana e Santa Bárbara d’Oeste

Procurada, a Estapar afirmou, em nota, que “cumpre rigorosamente todas as obrigações contratuais."
Por
Vladimir Catarino

Ame-a ou odeie-a. Essa é, em resumo, a relação dos motoristas e motociclistas de Americana e Santa Bárbara d’Oeste com o sistema de estacionamento rotativo nas regiões centrais — a conhecida Zona Azul. O serviço, operado pela mesma empresa em ambas as cidades, a Estapar, é alvo de críticas recorrentes: dificuldade na compra de créditos, falta de informações, acesso limitado às monitoras e notificações que podem resultar em multas estão entre as principais reclamações dos usuários.

Paulo César Vital, usuário frequente da Zona Azul, é um dos que apontam falhas na cobrança. “Mais de uma vez encontrei o aviso de multa no carro. Se não resolver no mesmo dia, tenho que pagar R$ 50, o que equivale à metade do que ganho por dia. Isso é um absurdo. Não dá pra pagar por um sistema que não funciona”, desabafou.

Um dos principais argumentos de quem critica a Zona Azul é de que o estacionamento rotativo prejudica o comércio local, afastando clientes da região central. Evandro Barizon, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Americana (Acia), discorda. “Nenhum comerciante é contra a Zona Azul. O que todos pedem é a melhoria em pontos específicos, especialmente na compra do ticket”, afirmou.

Usuários questionam a ausência de monitoras para esclarecimentos de dúvidas. Foto/Alessandro Araújo

O vereador Lucas Leoncine (PSD), líder do governo Chico Sardelli (PL) na Câmara de Americana, lembra que já houve reuniões entre Legislativo, Executivo e a Estapar para discutir melhorias no serviço. “A empresa tem se mostrado aberta ao diálogo, especialmente quanto à ampliação do acesso aos totens e monitoras. Nosso compromisso é buscar sempre o melhor para todos, fortalecendo o comércio da cidade”, destacou.

Como alternativa prática, a Acia sugeriu aos comerciantes que disponibilizem um celular com o aplicativo da Estapar para que os clientes possam adquirir créditos ali mesmo, dentro das lojas. A medida busca facilitar a vida dos consumidores e ainda fidelizá-los. “Qualquer celular serve. Quanto mais simples for o processo, maior a chance do cliente voltar”, explicou Barizon.

Em Santa Bárbara d’Oeste, a situação é semelhante. Um projeto de lei em tramitação propõe acrescentar um artigo à legislação municipal para garantir os primeiros 15 minutos gratuitos no estacionamento rotativo. O texto também prevê penalidades à Estapar em caso de descumprimento, como: multa de 100 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESPs), aumento de 50% no valor em caso de reincidência e até 100% em caso de nova infração.

Procurada, a Estapar afirmou em nota que “cumpre rigorosamente todas as obrigações contratuais estabelecidas com os respectivos poderes concedentes. Sempre que necessário, realiza as adequações solicitadas pelas administrações municipais, com foco nas necessidades da população. O objetivo do estacionamento rotativo é democratizar o uso do espaço urbano, promovendo a rotatividade de vagas e beneficiando o comércio, a mobilidade e o meio ambiente. A empresa afirma ainda que investe continuamente em tecnologia, inovação e capacitação de seus colaboradores.”

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