A Câmara Municipal de Campinas decidiu, nesta terça-feira (1º), manter o mandato do vereador Vini Oliveira (Cidadania), ao rejeitar sua cassação em sessão legislativa de julgamento. Com 22 votos pela absolvição e seis pela perda de mandato, o processo foi encerrado, e a denúncia arquivada.
A decisão teve como base o parecer final da Comissão Processante (CP), que concluiu não haver gravidade suficiente nas condutas para justificar a perda do mandato. O relator da CP, vereador Nelson Hossri (PSD), avaliou que a cassação seria uma medida desproporcional. Seu parecer foi seguido por Nick Schneider (PL). A vereadora Mariana Conti (PSOL), presidente da comissão, apresentou voto divergente, apontando quebra de decoro. Com isso a CP teve dois votos a um pelo arquivamento da denúncia.
Denúncia e julgamento
O processo investigava se o parlamentar cometeu infração político-administrativa durante visita ao Hospital Municipal Mário Gatti. Segundo o vereador, a visita foi para fins de fiscalização. Mas, para a médica Daiane Copercini, o vereador cometeu excessos durante a visita, o que motivou a denúncia dela contra o vereador. De acordo com a profissional, Vini compareceu ao pronto-socorro do hospital no dia 1º de janeiro, gravando servidores e pacientes sem autorização, e agindo de maneira autoritária.
Sessão e resultado
Durante a sessão, que durou mais de seis horas, 17 vereadores discursaram. Vini Oliveira defendeu-se afirmando que cumpria seu papel de fiscalizar diante de denúncias de demora no atendimento médico.
Além do próprio Vini, votaram pela absolvição 21 parlamentares, principalmente os que integram a base do governo, embora Vini tenha sido eleito pelo Cidadania, partido de Rafa Zimbaldi, que ficou em terceiro lugar nas últimas eleições para prefeito.
Seis vereadores da bancada de esquerda votaram pela cassação: Fernanda Souto e Mariana Conti (PSOL), Guida Calixto, Wagner Romão e Paolla Miguel (PT) e Gustavo Petta (PCdoB). A vereadora Débora Palermo (Republicanos) se absteve, enquanto outros três parlamentares estavam ausentes.
O presidente da Câmara, Luiz Rossini, proclamou o resultado pela improcedência da denúncia e determinou que o desfecho seja comunicado à Justiça Eleitoral.