quarta-feira, 18 dezembro 2024
Câmeras Operacionais Portáteis

Vice-governador de SP, Felício Ramuth, diz que estado prevê mais câmeras corporais para policiais do interior

Declaração foi concedida à TV TODODIA em visita de Ramuth à Americana; entre as 10.125 câmeras corporais que São Paulo possui, 52% estão em unidades do interior
Por
Felipe Gomes e Renato Pereira
O novo modelo de câmeras corporais terá o acionamento intencional, mas não opcional| Foto: Reprodução

O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), afirmou à TV TODODIA que novas câmeras operacionais portáteis (COPs), as chamadas câmeras corporais, serão enviadas aos batalhões do interior em 2025. A declaração foi concedida nesta terça-feira (17), durante a entrega do Residencial Vida Longa em Americana.

No último mês, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) tem sido alvo de manifestações, em específico pedindo a saída do secretário da pasta, Guilherme Derrite. As manifestações ocorrem em meio a um aumento nas denúncias de abuso de poder e homicídios cometidos por policiais no estado.

“Neste momento, estamos implantando novas câmeras, que representam 20% a mais das 10 mil câmeras atuais; serão 12 mil câmeras, com uma novidade: 45% de economia, ou seja, eficiência também na contratação dessas câmeras”, comentou Felício.

O vice-governador afirmou ainda que os indicadores de segurança pública no estado são bons. “Todos os indicadores de segurança no Estado, em Campinas e em Americana, estão ótimos. Tivemos uma queda de 20% nos roubos e nos homicídios na região de Campinas. Já contratamos mais de nove mil policiais militares e civis ao longo desses dois anos”, enfatizou Ramuth.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), atualmente, o Estado possui 10.125 Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) distribuídas em batalhões de policiamento da Capital, Grande São Paulo e interior, abrangendo 52% das unidades policiais no Estado, entre elas o 48º BPM/I, 8º BPM/I e 1º BAEP – que atuam nos municípios de Americana e Campinas, respectivamente.

O novo modelo de câmeras corporais terá o acionamento intencional, mas não opcional. Todo policial deverá acionar a câmera durante uma ocorrência. Quando isso não acontecer o acionamento se dará remotamente e o policial será responsabilizado. A câmera tem um sistema de “buffer” para que, ao ter a função de gravação acionada, permita a recuperação de imagens dos últimos 90 segundos, para que seja possível registrar toda a ocorrência desde o início. Importante ressaltar que a PM adotou rígidos protocolos com relação ao uso dos equipamentos e as punições previstas para quem descumpri-los.

“O novo contrato de câmeras corporais representa um aumento de 18,5% na quantidade de equipamentos disponíveis, possibilitando sua expansão para outros comandos de policiamento que até então não possuem a tecnologia. As novas COPs contam com tecnologia aperfeiçoada e funcionalidades adicionais, como acionamento remoto, acionamento automático por aproximação em ocorrência, comunicação bilateral, leitura de placas, entre outras. A implementação ocorrerá gradualmente, e só terá início quando o sistema estiver plenamente funcional”, destacou a pasta.

Somente no mês de dezembro, dois crimes graves envolvendo violência policial foram registrados em São Paulo em um período de 24 horas. No primeiro caso, um policial militar (PM) jogou um homem de uma ponte na Cidade Adhemar, na zona sul da capital. No outro caso, um PM que estava de folga matou, com tiros nas costas, um rapaz de 16 anos que havia furtado um mercado no Jardim Prudência, também na zona sul.

Em Campinas, câmeras de monitoramento flagraram um policial militar agredindo uma dona de casa durante uma abordagem no bairro Jardim Aero Continental, no dia 21 de outubro. O caso ganhou repercussão na última semana, após a vítima buscar ajuda para denunciar o ocorrido.

Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou, por meio de nota que  “a Polícia Militar não compactua com desvios de conduta dos seus agentes e investiga o caso por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). Os policiais que participaram da ocorrência foram identificados e afastados. Todo e qualquer excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei.”

Durante a apresentação do balanço deste ano da gestão, Tarcísio de Freitas dedicou boa parte da cerimônia para ressaltar os números positivos relacionados aos índices de criminalidade, mas sem mencionar os excessos dos policiais.

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