Confira a entrevista
Por um projeto internacional lançado em maio deste ano, o Best Wines – BW, será criado um novo ranking de vinhos do Cone Sul, abrangendo concursos rigorosos e às cegas em São Paulo, Santiago, Mendoza e Montevideo. A iniciativa chega para estabelecer uma avaliação criteriosa e independente dos vinhos comercializados no Cone Sul, com divulgação ampla da qualidade dos produtos ao público dos seus próprios países e do mundo.
Três dos mais tradicionais grupos de mídia especializada em vinhos são os responsáveis pela organização do novo projeto: Baco Multimídia, Prazeres da Mesa e Vinho & Cia.
Com jurados altamente qualificados e independentes, representando todos os países do Cone Sul, o objetivo do ranking é avaliar os vinhos sob critérios rigorosos, sem conhecimento prévio dos rótulos, permitindo a comparação dos vinhos entre si e com os demais do mundo.
Selos com a pontuação dos vinhos de 0 a 100 e um QR Code também serão criados para facilitar a comunicação junto ao consumidor e estabelecer a divulgação ampla das marcas avaliadas.
Vinícolas, importadoras e demais empresas que comercializam vinhos do Cone Sul poderão enviar amostras para qualquer prova, mediante taxa de inscrição. Os produtos devem estar engarrafados, rotulados e disponíveis no mercado há no mínimo três meses do concurso e com produção mínima de 1.000 garrafas.
Os vinhos serão provados em grupos de até 10 amostras da mesma categoria, com os jurados tendo conhecimento apenas do tema. Cada jurado pontuará uma amostra entre 0 a 100 em ficha individual eletrônica, incluindo impressões sensoriais e a pontuação será a média estatística. Entre as categorias a serem avaliadas estão espumantes, brancos, tintos e outros.
Conversamos sobre a iniciativa com o colunista do Clube Gourmet, Marcelo Copello, sócio-diretor da Baco Multimídia, organizador e jurado do Best Wines – BW.
Clube Gourmet – Como você avalia, no geral, os vinhos da região do Cone Sul?
Marcelo Copello – Os quatro principais produtores da América do Sul (Argentina, Chile, Brasil e Uruguai), juntos, produzem cerca de 2,5 bilhões de litros. Em termos qualitativos, os vinhos do continente estão cada vez melhores, já têm reconhecimento mundial e, principalmente, dominam nosso mercado. Cerca de 80% do vinho consumido no Brasil é da América do Sul. Nos demais países, como Argentina, Chile e Uruguai, esta proporção é ainda maior.
CG- Acredita que a iniciativa do projeto, de estabelecer um novo ranking com selos e premiações, é algo positivo para o mercado de vinhos daqui (América do Sul)? Por que?
MC – Sim, pois hoje há uma enxurrada de novos produtos no mercado. Nossa função será separar o joio do trigo, sempre com idoneidade e opinião balizada de um júri altamente qualificado e plural.
CG – Acredita que teremos boas surpresas e que há rótulos e vinícolas da América do Sul que precisam ser conhecidos e conquistar o mundo?
MC – Com certeza, pois são lançados vinhos de alta qualidade periodicamente, mas que ainda não são conhecidos do público.
CG – Quando, exatamente, após a maratona de provas, conheceremos a lista desses vinhos? MC – Devemos conhecer o resultado em um evento de premiação, em São Paulo, ainda sem data marcada, não muito depois da última prova, ou seja, provavelmente em outubro.