Amanda Camilotti e Athos Oliveira são sócios e dividem o trabalho de garimpo em países como França, Itália e Portugal
Jovem empresa familiar, com sede em Campinas, foca em importar vinhos de alta qualidade, ainda não descobertos pelos brasileiros, e distribui alguns rótulos já consagrados. Amanda Camilotti e Athos Oliveira, filha e pai, são sócios e dividem o trabalho de garimpo em países como França, Itália e Portugal. Ela, advogada, enófila e sommelière com vários cursos realizados na ABS São Paulo e Wine & Spirit Education Trust (WSET), fica em Campinas, e o pai, residente na Europa, faz a ponte e contato direto com os produtores. Em entrevista exclusiva, eles me contaram um pouco sobre a Mosto Flor.
Marcelo Copello: Como nasceu a Mosto Flor?
Mosto Flor: De um sonho. De proporcionar aos nossos clientes a experiência de degustar os melhores e mais interessantes vinhos do mundo. Vinhos com caráter, com alma. Essa experiência exige conhecimento sobre o terroir, o vinhedo, o produtor, o enólogo, as castas, as decisões de vinificação e a interpretação do vinho na garrafa. Queremos que nossos clientes tenham conhecimento e o prazer de degustar as histórias, os aromas e os sabores dos vinhos da mais alta qualidade e dos mais seletos produtores do mundo.
MC: No nicho no qual vocês atuam, dos vinhos Ultra Premium, bastante competitivo, com um consumidor exigente, como ter sucesso?
MF: Não há uma fórmula precisa para o sucesso, mas pensamos que é consequência de um trabalho sério, feito com dedicação, paixão e com muita ética. Nossos clientes não querem apenas beber, mas apreciar as histórias que envolvem o trabalho, as técnicas e a tradição que levaram o vinho para dentro da garrafa. Esses consumidores, exigentes e ansiosos por ampliar seus conhecimentos, valorizam o momento de beber o vinho como um processo, seja de conhecimento, reflexão ou amizade. Queremos garantir aos nossos clientes a certeza de que traremos histórias verdadeiras, autênticas, as quais emolduram as experiências que o vinho dentro da garrafa proporciona.
MC: Quais critérios fazem um vinho entrar para o portfólio da Mosto Flor?
MF: Nosso portfólio procura refletir a melhor expressão de cada uma das regiões vinícolas do Velho e do Novo Mundo, com os terroir consagrados e projetos de autoria personalíssima. São escolhidos com muito cuidado, por uma exigente equipe de sommeliers e connoisseurs, e a Mosto Flor permanece sempre atenta ao mercado e aos níveis de competição de seu segmento. Temos produtores consagrados, seus rótulos icônicos, e nossa paixão é descobrir produtores artesãos que expressem a arte da viticultura e vinificação com assinaturas singulares. Assim, com os conhecimentos citados, ficamos íntimos do vinho e somos capazes de transmitir a verdade sobre sua história, desde seu nascimento até o ato de degustação.
MC: Pode me citar 4 destaques do portólio?
MF:
Cave Geisse Nature Leveduras Autóctones, 2015 (Brasil, Pinto Bandeira)
R$ 452
É uma exclusividade de distribuição da Mosto Flor, para trabalhar esse vinho Geisse de produção muito limitada. Espumante nature, 72 meses sur lie, elaborado com leveduras autóctones. Tem um perfil muito próximo de champanhe no que diz respeito às notas de panificação e brioche que apresenta. Perlage muito fina e delicada.
Raríssimo Tinto Dão, 2001 – By Osvaldo Amado (Portugal, Dão)
R$ 2.035
Os Raríssimos, elaborados pelo respeitado enólogo português Osvaldo Amado, são vinhos de coleção, autorais, que passam por um cuidadoso processo de vinificação e acompanhamento direto pelo enólogo. Até mesmo as rolhas são cheiradas (testadas) uma a uma, pelo próprio enólogo. De produção limitada a 1.500 garrafas, o tinto do Dão é um vinho já com 20 anos e ainda com muita longevidade. Distinta complexidade e sabores intensos. Uma verdadeira joia.
Orci Sangiovese, 2019 – Fattoria Di Petrognano (Itália, Toscana)
R$ 711
A Fattoria di Petrognano é uma vinícola tradicional da Toscana que, de um lado, conta com os mais modernos equipamentos e técnicas, adotando o conceito inovador da gestão vitivinícola de precisão, e de outro, respeita um regime orgânico. A enóloga Monica Rossetti elabora alguns dos vinhos em ORCI, ânforas naturais de terracota, que ajudam a afinar os taninos e intensificar a autenticidade varietal das uvas autóctones. Vinho com sabor vigoroso, encorpado, complexo e longevo.
Chablis, 2020 – Bernard Loiseau (produtor Albert Bichot – França, Borgonha)
R$ 466
O grupo Loiseau, verdadeira referência de reputação e prestígio na culinária da Côte d ‘Or, uniu-se à casa de Albert Bichot para criação de uma gama de grandes vinhos, altamente gastronômicos, em cuvees excepcionais. O Chablis dessa linha é fresco e elegante, com nuances cítricas e minerais e bela harmonia geral. Um vinho com poder e persistência.