Quem atesta a novidade é a embaixadora e educadora do Vinho do Porto no Brasil pelo Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP), Paula Daidone
Grande sucesso no verão europeu, os drinques com Vinho do Porto viram tendência e prometem conquistar o paladar dos brasileiros. Não só por ser uma opção agradável e refrescante, mas também por atender às exigências do novo consumidor de bebida alcoólica.
Quem atesta a novidade é a embaixadora e educadora do Vinho do Porto no Brasil pelo Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP), Paula Daidone.
A especialista em mercado de vinhos disse que há um movimento de diminuição no consumo de álcool, liderado pelos millennials (geração nascida entre 1981 a 1995), se propagando para geração Z (de nascidos na primeira década dos anos 2000), que explica a nova tendência.
“O novo consumidor está dando preferência por consumir bebidas menos alcoólicas e que tenham um sabor agradável e também um viés saudável e sustentável. Não é só mais o álcool pelo álcool, tem que haver um propósito por trás desse consumo”, explica.
E os drinques com Vinho do Porto marcam pontos em quase todas as categorias exigidas por esse consumidor, conforme Paula Daidone, pois a bebida tem um grau alcoólico menor em comparação aos destilados utilizados para drinques. E quando misturado a outras bebidas, como suco de fruta, refrigerante ou água com gás, o Vinho do Porto perde a potência alcoólica de 20% para cerca de 7%.
“Também tem um sabor mais agradável que o destilado e dispensa o uso de açúcar nas receitas, pois já apresenta um dulçor marcante, originário da própria uva”, detalha.
Vinho do Porto deve ser mais consumido no Brasil
Paula Daidone elaborou um estudo que submeteu ao Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP), como trabalho de conclusão de curso para uma das certificações que recebeu da entidade.
Nele, a especialista afirma que o Porto tem todos os requisitos para figurar entre as bebidas mais consumidas no Brasil e se posicionar como a “nova moda”. E que as grandes marcas estão atentas às tendências de mercado, oferecendo garrafas com embalagens modernas e sustentáveis e investindo em cartas de drinks, por exemplo, para se aproximar do público jovem. No entanto, no Brasil isso é totalmente desconhecido. Apenas quem visita Portugal sabe da existência desse movimento.
Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), o consumo mundial de vinho em 2020 teve uma diminuição de 3%, na comparação com 2019. Na contramão do mercado, o Brasil cresceu 18%, ganhando 3 milhões de novos consumidores regulares. E o Vinho do Porto também beneficia-se disso, segundo dados da mesma entidade: as exportações para o Brasil tiveram um aumento de 10% e acréscimo de 17,5% em valor, comparando os anos de 2020 e 2021.
“O Porto possui um histórico de tradição no mercado brasileiro. Pais e avós podem compartilhar experiências com uma mesma bebida, cada um ao seu estilo. Podemos inferir que após sua entrada no circuito, ainda que por meio da coquetelaria, a migração para o consumo do Porto da forma tradicional é totalmente natural. Além do contexto histórico e social, há uma grande aceitação no mercado brasileiro”, enfatiza a especialista.