terça-feira, 23 abril 2024

O vinho e suas cores

A aparência do vinho pode dizer muito sobre ele 

(Foto: Divulgação)

O exame visual de um vinho pode nos dizer muito sobre ele, antes mesmo que sintamos seus aromas ou sabores. A aparência nos informa sobre idade, sanidade, corpo, viscosidade, acidez, efervescência, adstringência, teor alcoólico, tipo de uva que o compõe (se de cascas grossas ou finas, se muito maduras ou ainda verdes). Sugere, também, se a safra foi ensolarada ou chuvosa, ou se veio de uma região próxima ou distante do Equador, se foi elaborado a frio ou a temperaturas maiores, ou mesmo se teve ou não amadurecimento em barris de madeira. Informações sobre todas estas características da bebida podem ser obtidas com um olhar atento, antes de serem confirmadas no nariz e na boca.

Para proceder ao exame visual, o ideal é inclinar a taça contra um fundo branco. No centro do recipiente analisamos a tonalidade; nas bordas, os reflexos. No que chamamos de “unha”, limite do líquido inclinado na taça, sempre incolor, podemos observar que quanto maior o halo aquoso, mais envelhecido será o fermentado.

Ao girar o líquido no copo, podemos avaliar sua viscosidade ou fluidez, que é uma boa indicação de corpo, peso e, sobretudo, teor alcoólico. Formam-se que chamamos arquetes, lágrimas ou pernas, pequenos arcos de líquido que escorre pelas paredes do vidro. Quanto mais um vinho “chora”, ou mais numerosas e finas são suas “pernas”, mais álcool ele conterá. Quanto mais lentamente escorrerem estas “lágrimas”, mais densa será a bebida.

Convencionalmente, dividem-se os vinhos em tintos, brancos e rosados, sendo os últimos, muitas vezes, considerados um caso particular dos tintos.

Estudamos as cores quanto à tonalidade, intensidade (claro, escuro) e brilho ou vivacidade. Normalmente, quanto mais escuro, mais encorpado. Quanto mais brilhante, mais ácido e jovem. Quanto mais esmaecido, mais velho e menos ácido. Os brancos escurecem com o tempo, enquanto os tintos clareiam. Com a idade, a cor de tintos e brancos convergem, encontrando-se no âmbar, quase marrom. Pode ser difícil distinguir, em um vinho de mais de 50 anos, por exemplo, se ele foi tinto ou branco.

O branco, que deveria ser chamado de vinho amarelo, varia entre vários tons desta cor. O amarelo assume também, na simbologia moderna, a representação de atenção, como nos sinais de trânsito. Numa análise cultural, os vinhos brancos evocam o sol e inspiram alegria e calor, simbolizam a tropicalidade e a fertilidade feminina. Brancos muito jovens têm reflexos esverdeados e grande brilho. O verde ocupa posição central no espectro eletromagnético, onde a retina encontra seu ponto de maior repouso. É a cor de maior passividade, menos agressiva; simboliza a natureza, a imortalidade, o jogo e o dinheiro. Os brancos mais velhos ou de sobremesa, por outro lado, evocam o ouro e o fruto maduro. 

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