Combinados adequadamente, queijos e vinhos formam um casal perfeito
Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Abelardo e Heloísa, Marco Antônio e Cleópatra, Ulisses e Penélope, Henry Higgins e Elisa (My Fair Lady), Scarlett Ohara e Rhett Butler (E o Vento Levou), Hethcliff e Catherine (O Morro dos Ventos Uivantes), Ricky e Ilsa (Casablanca), Elisabeth Taylor e Richard Burton, Ginger Rogers e Fred Astaire, Shiva e Shakti, Yin e Yang, D. Pedro e Inez de Castro, Chopin e George Sand, Clara e Robert Shumann, Sartre e Simone Beauvoir, John e Yoko, Dali e Gala, Peri e Ceci, Lampião e Maria Bonita, Queijo Minas e Goiabada Cascão e, nos grandes pares da história não poderia faltar, Queijo e Vinho.
Se adequadamente combinados, queijos e vinhos formam um casal tão perfeito que justificou o surgimento da máxima: “Para comprar vinho coma maçã, para vender vinho sirva-o com queijo”, uma alusão ao fato de a maçã limpar o palato tornando-o crítico, enquanto o queijo harmoniza tão bem com a nobre bebida que chega a disfarçar eventuais deficiências desta. Vinhos e queijos, juntamente com o pão, formam a “santíssima trindade” da mesa, os mais antigos alimentos do homem. São também ideais para lanches ou piqueniques de verão por poderem ser apreciados em seu estado natural, com pouca ou nenhuma preparação.
A variedade de queijos existente é enorme e suas possibilidades de combinação com o vinho, infinitas. Na França, por exemplo, os queijos foram classificados em 1925, bem antes dos vinhos, que receberam sua AOC (Appellation d’Origine Contrôlée) 10 anos depois, em 1935. Só a França possui mais de 400 queijos classificados. Não é à toa que De Gaule disse ser impossível governar um país com tantos queijos. Veja algumas dicas para tornar seu encontro de “queijos e vinhos” um sucesso.
Assim como nos vinhos, a temperatura dos queijos é importante, sendo o ideal servi-los a cerca de 18ºC. Os de massa mole devem ser retirados da geladeira com meia hora de antecedência, enquanto os duros, com no mínimo duas horas.
Devem ser levados à mesa sem as embalagens e sobre madeira ou porcelana, proporcionais a seus tamanhos e, de preferência, separados. Os que tiverem casca devem ser servidos com ela. Não os corte demais, em pedaços miúdos. Deixe os pequenos inteiros e, no caso dos exemplares de tamanho médio, insinue o corte.
Cada fatia deve conter todas as partes da peça em cada porção, da casca (as comestíveis) ao centro. Cada queijo deve estar acompanhado de sua própria faca e, se possível, ser identificado com um rótulo ou bandeirinha. Evite os fortes demais ou apimentados, pois embotam o paladar, uma opção é reservá-los para o final do evento. Quanto à variedade, procure escolher ao menos cinco tipos, variando a matéria-prima (leite de vaca, cabra, ovelha e búfala), o tipo de consistência (dura, branda e mole) e o estágio de maturação (frescos, meia-cura e curados).
Quanto aos vinhos, uma sugestão é usar ao menos quatro tipos: um branco seco; um tinto leve; um tinto mais encorpado, como um Shiraz australiano ou um bom Bordeaux; e um doce, como um Porto.