segunda-feira, 25 novembro 2024

Setor de alimentos e bebidas conta com Empreendedorismo feminino

O Clube Gourmet conversou com mulheres da área de Alimentos e Bebidas que concretizaram o sonho de construir uma carreira empreendedora

Empreender não significa apenas ter um negócio, mas sim ter a atitude de realizar ações ou idealizar novos métodos, com o objetivo de dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração, segundo o dicionário Priberam.

No caso do empreendedorismo feminino, tem a ver com força, além de muito trabalho e uma boa dose de coragem para encarar desafios e até mesmo dissabores, pois nunca é fácil enfrentar o mercado. O Clube Gourmet conversou com mulheres da área de Alimentos e Bebidas que concretizaram o sonho de construir uma carreira empreendedora, para marcar o Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado na próxima terça-feira (8).

Desafios me fazem forte e competitiva

A advogada, empresária e sommelière Sara Pinto, sócia-proprietária do Vinum Wine Bar, de Americana, conta que nas três funções sempre encontrou dificuldades, mas que isso nunca foi empecilho. “Acho que toda mulher tem dificuldades em se estabilizar na sua área de formação quando ela é predominantemente masculina. Mas isso foi um incentivo para mim, sabe. Adoro desafios, me fazem forte e competitiva!”

Sara diz que não se sente totalmente realizada, pois acha que pode mais e diz que vai lutar por “mais conquistas, mais investimentos, mais empresas, mais criatividade”, ressalta.

Para as mulheres, aconselha: “não há nada que você não possa! Mas tudo requer persistência dedicação, e acreditar naquilo que propôs, mesmo quando tudo e todos estiverem torcendo contra”.

Apenas segui meu coração

A padeira e proprietária da Padoca da Alma, em Americana, Gabriela Jorge Pecchio, conta que o fato de ser padeira e mulher intrigava muitas pessoas. “Será que ela vai dar conta? Por que ser padeira, se estudou Relações Publicas?”, são os questionamentos que ouvia. “Apenas segui meu coração e sonho, encarei como incentivo. Faço algo que amo com todo o meu coração. A panificação transformou a minha vida e de muitas pessoas que hoje fazem a Padoca da Alma acontecer”. Para as mulheres ela avisa: “Nunca deixe ninguém atrapalhar o seu sonho pelo simples fato de ser mulher. Acredite e vá em frente!”

Tive sorte e fui bem acolhida e respeitada

Já a chef Fadia Cheaito, proprietária do Sheike Culinária Árabe, em Americana, e 5ª colocada no MasterChef Profissionais de 2016, exibido pela TV Bandeirantes, conta que teve a sorte de não ter vivido situações machistas. “Tenho que usar essa palavra porque, infelizmente, é um meio machista, não só na área como na sociedade em si o machismo ainda existe. Porém, nas empresas por onde passei sempre fui bem acolhida e respeitada, tive oportunidades igualitárias tanto de cargo como de salário”. Quanto à profissão que escolheu, ela se diz completamente realizada. “Afinal, cozinhar envolve alma, amor, a cozinha tem o poder de abraçar pessoas, corações e proporcionar memórias”, enfatiza.

Esforço constante para quebrar o preconceito

A mestre cervejeira Camila Cristine Nassar Pereira, biotecnóloga, engenheira química e técnica cervejeira na Cervejaria Beergreen, de Nova Odessa, conta que desde 2015, quando começou a atuar na área, passou por inúmeras situações de preconceito. “Entre os clientes homens, era nítida a preferência em serem atendidos por alguns dos funcionários homens, por acreditarem que tinham mais conhecimento do que as funcionárias”. E para conseguir superar isso, o jeito é se sobressair. “Precisamos de um esforço constante, muitas vezes entregando mais resultados, para quebrar o preconceito e ter o nosso potencial reconhecido”, revela. Camila pede às mulheres que não desistam: “invista sempre em conhecimento técnico e pessoal”.

Conhecimento e confiança no potencial

A empresária Bianca Costa Bissoli, formada em comércio exterior e proprietária da Peixaria Empório do Mar, em Americana, diz que passou por dificuldades ao iniciar na área, pelo trabalho ser predominantemente masculino, e que alguns clientes preferem ser atendidos por homens, desconfiando do conhecimento das mulheres. Ela contorna esse tipo de situação buscando conhecimento. “E claro, sempre confiando em mim mesma e acreditando na minha capacidade de atuar em qualquer área. Estou há quase cinco anos nesse ramo de peixaria e comida japonesa, me apaixono cada dia mais”.

Não tive dificuldade por ser mulher

A produtora rural de café Jozeane Santos, de Cachoeira de Minas (MG), faz parte da terceira geração de uma família de cafeicultores e diz que nunca enfrentou dificuldades ou situações de preconceito. “Em 2018 comecei a trabalhar com café especial e a supervisonar o manejo da lavoura pós colheita, secagem, separação e liberação dos lotes para venda. Não tive dificuldade para atuar na área por ser mulher”. Ela diz que está realizada, mas que precisa aprender mais. “Busco melhorar ainda mais a qualidade dos meus cafés e a quantidade”.

Metas ambiciosas e muito trabalho

A administradora de empresas Silvana Bueno e a fisioterapeuta e pedagoga Raquel de Oliveira Bueno Vieira, sua irmã, são as sócias-proprietárias na empresa Silvana Bueno Massas Artesanais, de Americana. Silvana conta que ao iniciar no negócio, em 2017, não enfrentou dificuldades ou situações e preconceito por ser mulher “apesar da área de cozinha ter muitos homens”. Sua dificuldade foi de ordem física. “A área de massas italianas tradicionais exige muito esforço físico. Passamos muitas horas em pé”, explica, além da função necessitar de muito conhecimento. “Nos sentimos realizadas, porém, sempre buscamos mais, e nos impomos metas maiores e mais ambiciosas para alcançar”. Mas avisa às mulheres que desejam empreender: “tenha em mente que o empresário é sempre o primeiro que chega e o último que sai”.

Amor e dedicação à profissão

A chef Talita Rose Ferreira, proprietária dos restaurantes deliverys Les Deux e L’Entrecôte de Paris, em Americana, lembra que, durante 3 anos, quando atuou como única mulher na cozinha de banquetes de um famoso hotel de São Paulo, sofreu situações de preconceito por parte dos companheiros de trabalho, por ser jovem e mulher. “Sempre me posicionei e acabei ganhando a confiança deles. Isso me fez crescer e acreditar no meu potencial”, explica. Ela se diz realizada em relação à profissão. “Tenho amor pela minha profissão e cozinho com a alma. Acho que meus clientes sentem isso no sabor de cada prato. Bons frutos são colhidos quando semeados com amor”, ensina.

Estude além do necessário e atualize-se

A chef confeiteira e empresária Maria Luíza Luchiari Pisoni Belluci também está entre as que não enfrentaram dificuldades nem preconceito, pelo fato de ser uma mulher atuando no ramo de alimentos e bebidas, especificamente no de confeitaria. “As dificuldades que apareciam eram superadas com dedicação e conhecimento constante. Minha mensagem às mulheres é acredite em você, estude além do necessário e atualize-se sempre!”, finaliza. 

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