
A artista plástica Fanny Deltreggia, de Americana, teve uma obra selecionada para a IV Mostra de Arte “As Taubateanas”, que será inaugurada no próximo dia 14 na Pinacoteca Anderson Fabiano, em Taubaté. A exposição, que permanecerá aberta ao público até 4 de maio, celebra o Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8 de março.
“C/Alma”, obra escolhida para compor a mostra, é uma peça de 30×20 cm produzida com a técnica de grafite. “Este trabalho fala sobre a sobrecarga imposta pela correria do dia a dia, que acaba fazendo com que não tenhamos tempo para pausas. Acabamos focando no passado ou no futuro e não nos conectamos com o presente. ‘C/Alma’ é para dizer: pare, respire, simplesmente seja. Hoje em dia pensamos muito em fazer e esquecemos de apenas ser”, reflete a artista.
Fanny desenha desde a infância e começou a trabalhar com arte aos 13 anos, fazendo desenhos, principalmente caricaturas por encomenda. “Em certo momento, adormeci esse lado artístico, foi quando comecei a trabalhar como funcionária pública, e agora estou retomando”, pontua a artista.
Nessa retomada, Fanny ingressou na faculdade, cursando Artes Visuais. “Eu conheci essa Mostra de Arte de Taubaté por meio do meu professor da faculdade, que me incentivou a fazer a inscrição. É a primeira vez que participo de uma seleção para uma exposição e fiquei bem feliz com o resultado”, comemora Fanny.
“Com esses trabalhos autorais, eu tenho falado sobre racismo. Tenho uma filha preta e não quero que minha obra seja apenas contemplada; quero provocar reflexão por meio do meu trabalho, para que a pessoa reflita e se torne coautora da obra. É isso que desejo com meus próximos trabalhos”, destaca a artista.
Quando perguntada sobre artistas ou movimentos artísticos que influenciam seu trabalho, Fanny cita o Renascimento, a pintora brasileira contemporânea Adriana Varejão e também o cinema.
“Ainda Estou Aqui”, filme que recentemente conquistou o primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional para o Brasil, foi mencionado pela artista como inspiração. “Uma característica desse filme que trago para minha obra é a capacidade de levar à reflexão sem violência, a leveza conduzindo à reflexão”, comenta Fanny.