O projeto “Histórias que Nunca Ouvi”, realizado pela Casa do Conto de Americana, reuniu crianças e familiares em uma experiência literária especial. Além de explorar e manusear livros do acervo, os participantes foram convidados a criar uma narrativa inédita.
A iniciativa foi idealizada pela arte-educadora e psicopedagoga Cristina Lazaretti, a Tininha, responsável pelo espaço. Ela destacou a importância de envolver pais e filhos no universo literário:
“Receber o público, receber os pais e poder trabalhar a conscientização de leitura, de literatura, é fabuloso. Hoje é único. Eu nunca tinha feito esse projeto, de trazer os pais para manusear livros junto com as crianças”, afirmou.
O encontro começou com a leitura de obras selecionadas do acervo, descrito por Tininha como formado por livros antigos e “mágicos”. Na etapa final, as famílias trabalharam juntas para criar uma nova história, explorando a imaginação coletiva.
“Depois que todos tiverem lido os livros e se sentirem à vontade com o contato com as obras, as crianças vão ilustrar a história enquanto os pais a redigem. Eu, então, vou reunir tudo, montar um livro e eles vão doar para a Casa do Conto.”
Entre os participantes, o marceneiro Hermínio Ferreira da Silva ressaltou a necessidade de estimular a criatividade das crianças em um mundo cada vez mais digitalizado:
“Hoje em dia até a imaginação das crianças está meio que digitalizada. Elas assistem uma história pronta e não conseguem mais inventar nada. É como se estivessem castrando a capacidade de criar, de brincar sozinhas. Na minha infância, com pouco a gente fazia muito. Hoje, as coisas se inverteram. Por isso acho tão importante iniciativas como essa, tanto que sempre trago minha filha quando tem alguma atividade aqui”, contou.
A jornalista Alessandra Basso também destacou o papel do espaço na formação de novos leitores:
“A Casa do Conto e a Tininha são muito importantes porque desenvolvem o senso de criatividade das crianças, orientam-nas a terem gosto pela leitura e a soltar a imaginação lendo histórias e podendo contá-las”, afirmou.
Tininha reforçou que experiências como essa são fundamentais para despertar o interesse pela leitura desde cedo:
“Eu sempre brinco que a mãe deveria ler o livro para a criança ainda no útero, porque é o caminho. Ainda mais hoje, quando a gente condena tanto o excesso de TV e celular, não podemos esquecer o objeto livro. Ele é mágico, um portal. A leitura estimula os sentidos, o entendimento e a reflexão”, disse.
Localizada na Avenida Carioba, nº 113, bairro Carioba, a Casa do Conto recebe diariamente cerca de 160 crianças de escolas agendadas e busca fortalecer o hábito da leitura também dentro das famílias.
