sexta-feira, 18 abril 2025
CULTURA PRETA

Centro de Memória Afro-Americanense recebe exposição e lançamento de livro com foco na cultura afro-brasileira

O público é convidado a escutar os tambores “não apenas com os ouvidos, mas com o coração aberto às narrativas que eles carregam: coragem, beleza e luta”
Por
Diego Rodrigues

O Centro de Memória Afro-Americanense Dionysio de Campos, localizado na Avenida João Nicolau Abdalla, 5.005, na Vila Bertini (região do Salto Grande), será palco, nesta quinta-feira (16), às 19h, da abertura da exposição “Sob o peso dos meus tambores” e do lançamento do livro Descolonizando o saber: uma jornada do enegrecimento do pensamento e reflexões antirracistas, de Fabiano Mestre. A entrada é gratuita.

O evento, promovido pelo Ponto de Cultura Associação de Capoeira Motta & Cultura Afro, reúne arte, literatura e reflexão em uma programação voltada ao fortalecimento da identidade afro-brasileira e ao combate ao racismo.

Tambores como resistência

Com curadoria de Sílvia Motta, a exposição é inspirada em um zine produzido por batuqueiras da associação, reunindo poesias que destacam o papel dos tambores na vida das mulheres negras dentro da cultura afro-brasileira.

“Para as mulheres pretas, os tambores são instrumentos de resistência e luta, e um símbolo de força e conexão com nossos ancestrais”, afirma Sílvia.

A curadora também destaca que a mostra busca combater a estigmatização dos instrumentos e das religiões de matriz africana, frequentemente alvos de preconceito. “Assim como os corpos pretos, esses elementos sofrem um preconceito extremo”, pontua.

A exposição estará aberta à visitação até o mês de junho, sempre aos sábados. O público é convidado a escutar os tambores “não apenas com os ouvidos, mas com o coração aberto às narrativas que eles carregam: coragem, beleza e luta”.

Foto: Divulgação/SECOM

Lançamento literário e palestra

Na mesma noite, o público também poderá acompanhar a palestra “O processo de descolonização e enegrecimento do pensamento”, ministrada por Fabiano Mestre, autor do livro e doutorando em Educação pela Unicamp.

A obra, segundo o autor, é uma provocação teórica e afetiva. “É uma jornada de enegrecimento do pensamento, para fazer um contraponto à hegemonia do pensamento branco europeu que foi imposta a todos nós”, afirma.

O livro reúne referências de nomes como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Elisa Lucinda, Jorge Amado e Gilberto Gil, entre outros.

“É um texto que traz muitas referências e boas leituras”, conclui Mestre.

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