Há cerca de três meses afastado da Agência Nacional do Cinema, a Ancine, o diretor-presidente da agência, Christian de Castro, pediu renúncia do cargo durante a semana, na última quarta-feira (13).
A informação foi confirmada pelo escritório de advocacia que o representa, Tiago Lins e Silva Advogados Associados. Segundo ele, Castro decidiu se afastar para se dedicar à sua defesa.
Castro está desligado da Ancine desde o dia 30 de agosto, quando um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no Diário Oficial da União o afastou da diretoria do órgão, em cumprimento a uma decisão judicial da 5ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
De lá para cá, Castro foi alvo de três denúncias do Ministério Público Federal, o MPF. A primeira, ajuizada em setembro, o acusa de ter se unido a outras sete pessoas para manchar a imagem de outros diretores da agência.
A segunda, de outubro, o acusa de falsidade ideológica, uso de documento falso e estelionato. Ele teria, entre 2008 e 2019, omitindo que era o sócio-administrador da empresa Supro Limited, localizada nas Ilhas Virgens Britânicas.
A última, de novembro, o acusa pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato, uso de documento falso e crime contra ordem tributária. O MPF ainda requer que ele pague R$ 569 mil por dano moral coletivo.
Castro negou as acusações. “A defesa de Christian de Castro Oliveira informa que todos os fatos serão esclarecidos perante a Justiça, não procedendo a acusação formulada pelo MPF”, disse à época o advogado Tiago Lins e Silva.
Em 25 de outubro, Castro conseguiu liminar junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região para retornar às suas funções na agência reguladora, mas não chegou a assumir.