O Dia Mundial do Teatro é comemorado em 27 de março. A data foi criada em 1961 pelo ITI (Instituto Internacional do Teatro), ligado à UNESCO, com o objetivo de celebrar essa arte milenar e seu impacto cultural e social ao redor do mundo.
Representantes do que é considerada a sexta arte clássica, os profissionais de teatro Bruno Cardoso e Miguel Dama, que atuam em Americana e região, comentam sobre a capacidade do teatro de impactar uma sociedade com tanta oferta tecnológica.
“O teatro tem que ser uma experiência em que o público divide o mesmo tempo e espaço com os atores, compartilhando a experiência juntos; isso é precioso. A potência do teatro está no encontro, no presencial e no fato de o espetáculo nunca ser o mesmo, todo dia é diferente”, argumenta o ator, Cardoso.
Enquanto, Miguel diz que o teatro, como forma de expressão artística, tem um papel fundamental na sociedade, promovendo debates, reflexões e emoções por meio da encenação. “Entrar em contato consigo mesmo, com o seu corpo, com as suas emoções, com as suas sensações e com o seu modo de interpretar o mundo”, comenta Dama.

Um dos principais desafios do teatro brasileiro é o financiamento e o incentivo. Muitos grupos e companhias teatrais, principalmente núcleos pequenos e regionais, enfrentam dificuldades devido à falta de financiamento público e privado.
A atriz e professora transgênero Fafatta Gianfratti fala sobre os osbstáculos. “São muitas as dificuldades em fazer teatro no Brasil, porque se trata de um país que não incentiva a produção artística”, explica a atriz.
Da mesma opinião compartilha Miguel. “Fazer arte no Brasil sempre foi difícil, os artistas sempre foram marginalizados. O ofício de ator só foi regulamentado na década de 80”, comenta Miguel Dama.
Bruno Cardoso aponta como incoerente a falta de reconhecimento e investimento no setor cultural. “Várias pesquisas comprovam que, para cada real investido em cultura, o valor é triplicado. É muito vantajoso financeiramente investir em cultura, mas nós não vemos muito isso”, lamenta o ator.
Leis como a Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo oferecem auxílio financeiro ao setor cultural. Fafatta é uma das professoras que ministram aulas de teatro gratuitamente no Centro Comunitário do São Vito. “É um projeto que vem da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura)”, disse a atriz.
O grupo teatral “Entre Mundos” oferece aulas gratuitas para crianças e adolescentes no Centro Comunitário do São Vito. As aulas irão até dezembro, quando será encenado o espetáculo, – “As Vozes da Periferia” e as Lendas do Folclore, com o tema “Expressão e diversidade nas comunidades”.
Ainda embalado pela Semana do Teatro, a unidade do SENAC em Americana está oferecendo uma oficina de Teatro e de Expressão, além de um curso técnico de teatro. Ambas as atividades contam com vagas gratuitas. Para mais informações, basta acessar o site da instituição.