Quem passa pela Rua Igaratá, na altura do número 731, praticamente na esquina com a Avenida Iacanga que faz a divisa entre as cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste, só de olhar já sabe que ali tem algo diferente.
A faixada, toda colorida dos grafittis dos artistas locais é o cartão de visita para quem se aventura a adentrar nos corredores e ambientes da Dolores House, que traz consigo a mesma ambientação estética no lado de dentro também.
A casa, que completa 2 anos de sua inauguração neste final de semana, irá comemorar a data com uma grande festa – pra variar. Amanhã (18), a partir das 21h, a Dolores abre suas portas com muita música comandada pelos DJs Bãrr, Brunin e Fredão. A noite contará ainda com diversas atrações, como pintura artística, flash tattoo, fotos Polaroid, shots diferenciados, além de sorteios e promoções especiais. A entrada custa R$ 5.
COMEÇO
Antes de abrir a casa entre Americana e Santa Bárbara d’Oeste, surgiu a Dolores de Piracicaba. “Tanto eu quanto o Fred já trabalhávamos na noite há mais de 10 anos. E sempre tive a ideia de ter um bar que fosse meu, mas não tinha condições financeiras”, conta Bruno Gabrício Cunha, um dos proprietários da casa.
Porém, tudo mudou quando um amigo, que também trabalhava na noite, ofereceu a Fred um bar que ele tinha, mas que não conseguia mais tocar. Foi quando Fred convidou Bruno, que topou a empreitada, assumiram o “Clandestino”.
Quem era assíduo na casa também conhecia bem quem é a Dolores. Ela é um manequim que ficava na porta do Clandestino e que acabou dando origem ao novo nome da balada, agora também em um novo local em Piracicaba.
AMERISBO
Mesmo com a Dolores em Piracicaba, Bruno continuava trabalhando na região de Americana e Santa Bárbara. “Eu sempre parava naquele semáforo da Iacanga e via aquela casa parada, abandonada”, lembra ele.
Novamente, a expansão não foi algo planejado, mas sim uma oportunidade. Eles se interessaram, entraram em contato com os proprietários da casa e o final a gente conhece. “Foi quando a gente começou, em janeiro de 2018, a Dolores de Americana, de “AmeriSBO”, recorda.
ALTERNATIVO
Abrir espaço para eventos voltados a um público mais alternativo não foi algo comercialmente planejado. “Na verdade, a gente sempre foi de uma galera mais alternativa, meio fora do tradicional, tanto eu, quanto o Fred, toda galera nossa que frequentava, que é voltado para brasilidades, black music, hip hop, umas coisas meio fora do mercado tradicional”, explica Bruno.
Por mais diversidade que se encontre nas duas casas, ele explica que em Piracicaba não tem eventos específicos para o público LGBTQ, diferente do caso de Americana. “No domingo a gente faz uma festa voltada para o público LGBTQ, que são festas de outros produtores. A gente abre o espaço e eles fazem as festas todos os domingos.”
PROGRAMAÇÃO
Toda quinta-feira a Dolores abre suas portas com entrada gratuita para um evento de música brasileira ao vivo. Nas sextas e sábados, DJs e bandas se alternam na programação da casa, ampliando os estilos na trilha sonora da noite. Já no domingo, as festas LGBTQ. “Começamos um projeto agora com algumas quartas-feiras com música eletrônica e às vezes tem eventos maiores, como foi o BNegão, DJ Hum, KL Jay, DJ Nuts, DJ Negralha, entre outros”.
Bruno conclui destacando ainda os motivos dos preços nas Dolores serem bem menores em comparação com outros estabelecimentos. “Tanto eu quanto o Fred sempre fomos bem apertados de grana e a gente sempre gostou de festas, mas não tinha condições. Como a gente sempre foi dessa galera, a gente quis fazer um tipo de bar que essa galera conseguisse ir. A gente não quer ficar rico. A gente trabalha todo dia, pra ganhar um pouquinho por dia, fazendo tudo certo, pra gente tá bom”, completa.