A Biblioteca Municipal de Americana completou 70 anos em 2025, marco lembrado recentemente em uma reportagem especial da TV TODODIA. Criada em uma época em que poucos lares tinham televisão e a internet sequer era imaginada, a instituição se consolidou como referência de conhecimento, cultura e convivência.
Durante a produção da reportagem, vieram à tona problemas estruturais no prédio histórico que abriga a biblioteca há mais de três décadas. Com rachaduras aparentes e construído antes da NBR 9050, que define parâmetros de acessibilidade em espaços públicos, o edifício não atende às exigências atuais.
Propostas de reestruturação
A arquiteta e engenheira Juliana Tardivo, autora de um trabalho de conclusão de curso que propõe a reestruturação da biblioteca, analisou o espaço e apresentou diversas soluções. “Queria muito aproveitar o prédio e dar mais visibilidade para ele”, afirma a arquiteta. Ela explica que sua relação com leitura e estudo fortaleceu a escolha do prédio da biblioteca para o trabalho e reforça que o maior desafio é adequar um prédio antigo às normas atuais. “Algumas coisas não respeitam o que hoje é necessário em termos de acessibilidade”, explica.

Intervenções internas e externas
O projeto propõe intervenções externas e internas, como a instalação de um elevador que conecte os dois pavimentos, e construção de duas rampas que eliminem a necessidade de contornar o prédio, além da criação de banheiros acessíveis, melhorias de piso, pintura, cozinha e lavanderias. “Tudo isso é bem cuidado no projeto para que a gente tenha toda a acessibilidade”, afirma a arquiteta, destacando que todas as áreas devem ser plenamente utilizáveis por qualquer pessoa.
Ampliação dos espaços culturais
A proposta prevê ajustes no paisagismo e a ampliação de espaços culturais. O elevador seria integrado ao jardim externo, garantindo acessibilidade sem comprometer as características arquitetônicas do prédio. O projeto transforma a biblioteca em um ambiente multifuncional, com salas de estudo, áreas de trabalho, espaço de co-working e uma cafeteria. “A ideia é trazer leitura, cultura e lazer para a população”, afirma Juliana. Ela acrescenta que o objetivo é permitir que o espaço receba moradores mesmo fora do horário comercial, ampliando a circulação e o uso do prédio.
Acesso a editais e falta de resposta do poder público
Apesar do detalhamento arquitetônico, o projeto ainda não tem custo estimado nem definição de fontes de financiamento. Para Juliana, a falta de acessibilidade impede o município de disputar recursos importantes. “A biblioteca não consegue se enquadrar nos editais porque não tem acessibilidade”, diz a arquiteta, apontando que isso limita a participação da cidade em programas culturais estaduais e nacionais.
A TV TODODIA buscou a Prefeitura de Americana diversas vezes, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.





