A cidade de Americana irá realizar a primeira edição de um festival totalmente voltado à literatura e à formação de leitores. A iniciativa, idealizada por jovens da cena cultural local, surgiu a partir do projeto Poetiza-me, criado por Gabriela Martins e Matheu Polizeli, e conta com apoio do Fundo Municipal de Cultura.
O evento acontecerá nos dias 8 e 9 de novembro na Praça Comendador Müller e pretende se consolidar como uma celebração da leitura, da escrita e da diversidade literária.
Incentivo à leitura e à criatividade
De acordo com o professor Douglas Fonseca, um dos organizadores, o principal objetivo do festival é promover a leitura e a escrita criativa, especialmente em um momento de queda nos índices de leitura no país.
“A gente está incentivando a leitura e a escrita em uma época em que poucas pessoas leem. O concurso literário vem com esse objetivo de fomentar a criatividade, entre crianças, jovens e adultos”, explicou o organizador.
O festival nasceu de um concurso literário que distribuirá R$ 7 mil em prêmios. Com o sucesso da proposta, o grupo decidiu ampliar a iniciativa e criar uma programação cultural mais ampla, com sarau, mesas redondas, expositores, editoras e livrarias.

Literatura periférica e bibliodiversidade
Com uma curadoria que busca valorizar diferentes vozes e estilos, o festival aposta na “bibliodiversidade” — conceito que valoriza a pluralidade de expressões literárias. “A gente vai trazer debates sobre literatura periférica, africana e brasileira, com equilíbrio entre homens e mulheres nos painéis”, destacou.
Entre os convidados está o poeta Lucas Afonso, um dos principais nomes do Slam (batalha de poesia falada) em São Paulo. Conhecido por seu trabalho em escolas e comunidades, ele participará de atividades voltadas à literatura e à educação.
Formação de público leitor em Americana
O surgimento do festival literário e do movimento Poetizame simboliza uma nova fase para a cena cultural de Americana, historicamente mais voltada a eventos musicais. “Nossa cidade é meio provinciana, a gente não tem muita cultura aqui, especialmente na literatura. O festival quer mudar isso, mostrando que literatura não é só vender livros, mas também falar sobre eles, gerar debate e reflexão”, afirmou.
Inspirado em Paulo Freire, o organizador reforça que ler é também “ler o mundo”, e que o festival pretende promover essa visão crítica e criativa entre os participantes.
Valorização do trabalho artístico
Financiado por edital público, o evento garantirá remuneração a todos os participantes, desde comunicadores e mediadores até artistas e escritores da setorial de literatura. “Se estamos lidando com artistas e pesquisadores, precisamos reconhecer isso como ofício. O artista não existe só para entreter. É um trabalho que precisa ser valorizado e remunerado”, afirmou.
“Um sonho realizado”
Para os organizadores, a realização do festival representa um marco para a cidade e um passo importante na consolidação da literatura como parte da vida cultural de Americana. “Está sendo um sonho realizado. Dá muito trabalho, mas o resultado vai ser muito bonito”, concluiu.
As inscrições para o concurso de crônica e poesia estão abertas e podem ser feitas até o dia 20 de outubro no site da Prefeitura de Americana, clicando no banner sobre a FLIAM. O regulamento completo também está disponível no site.
Programação
08/11 (sábado)
- Mesa: A importância da literatura infantil – Luane Bispo
- Mesa: A força da literatura preta no cotidiano – James Ribeiro
- Mesa: A literatura brasileira oriunda do Nordeste – Samuel de Monteiro
- Alameda dos Escritores
09/11 (domingo)
- Mesa: A escrita de mulheres negras – Luciana Diogo
- Mesa: Vozes da periferia: Arte, poesia e resistência – Lucas Afonso
- Divulgação dos vencedores do concurso literário
- Sarau Poetiza-me + Microfone Aberto





