Ninguém esperava mais nada de “Breaking Bad”, a não ser rever a série, quando a Netflix anunciou que iria lançar “El Camino”, uma sequência escrita e dirigida por Vince Gilligan, com Jesse Pinkman (Aaron Paul) como personagem principal.
E foi o que aconteceu na última sexta-feira (11). O longa-metragem, de duas horas de duração, é um epílogo satisfatório e visceral para o segundo personagem mais importante de “Breaking Bad”, que foge da prisão onde era mantido no tal El Camino, a marca de carro que dá nome ao longa.
Jesse terminou a série tendo perdido todo sinal de humanidade, que já era tênue, e toda a esperança de qualquer conciliação com a sociedade. Estava livre, mas preso ao seu passado recente. O filme, com cenas que vão e voltam no passado e no presente de Jesse, provoca um diálogo do personagem com ele mesmo e com as atitudes que tomou e foi obrigado a tomar, muitas por seu mentor, Walter White – algumas por seus captores e outras tantas por causa do estilo amoral com que se apresentava.
Nos capítulos finais de “Breaking Bad”, Jesse é abandonado por Mr. White nas mãos violentas de uma gangue de traficantes neonazistas que o mantêm como um escravo obrigado a continuar produzindo a droga. Quando ele finalmente consegue fugir, grita de alívio e alegria, uma cena que sugere um final feliz para o personagem.
Jesse estava aliviado e feliz por ter fugido, mas seu final não estava nem próximo nem tinha a garantia de ser feliz. E é assim que começa o longa, mostrando como Jesse só está entrando em mais uma longa série de problemas e perigos com a sua fuga. Agora, é um procurado famoso e está a bordo de um carro ultra chamativo.
É do El Camino que Jesse precisa se livrar e tenta fazer isso com a ajuda de 2 ex-comparsas, Badger e Skinny Pete. E ele logo percebe que não adianta se livrar apenas do carro, precisa sair da cidade. O novo plano provoca um conflito e um perigo a cada passo.
Desta vez, Jesse Pinkman não é mais “comic relief”, o alívio cômico, das situações, como era durante a série. O tom é sombrio, urgente, sem espaço para piadas.