quinta-feira, 21 novembro 2024

FLIGSP acontece em Barão Geraldo

A cidade de Campinas, mais precisamente no distrito de Barão Geraldo, recebe o XII Encontro Presencial do FLIGSP (Fórum do Litoral, Interior e Grande SP) de Cultura e Políticas Públicas. 

As atividades do encontro deste ano de 2020 acontecerão nos dias 24, 25 e 26 de janeiro e serão realizadas no CEI Agostinho Páttaro, que fica localizado na Rua Manoel Antunes Novo, 505, em Barão Geraldo, no território campineiro. 

TROCAS 

Nos três dias de convívio, artistas, produtoras e produtores culturais de diversas regiões do Estado de São Paulo terão espaço para falar, ouvir, refletir, debater e encontrar ações em prol do desenvolvimento e fortalecimento da arte e da cultura na sociedade. A participação dos interessados é gratuita. 

PROPÓSITO 

Cassiane Tomilheiro, produtora cultural e uma das organizadoras do Fórum, explica que a luta através da iniciativa já vem acontecendo há muito tempo. “O Fórum existe já há mais de 10 anos. Já está na sua décima segunda edição. Ele tem um objetivo geral, mas a cada etapa do processo histórico esses objetivos vão se modificando, se ampliando”, explica. 

Segundo ela, de um modo geral, o FLIGSP tem como objetivo o debate, a construção e a reflexão de políticas públicas para além da capital paulista. “Em diversas análises, a gente observou que grande parte do orçamento do Estado, do olhar, dos equipamentos, dos funcionários, fica tudo muito centralizado na capital. As cidades mais distantes da capital têm dificuldades em receber recursos e projetos. O Fórum tem essa perspectiva de discutir os modos de fazer, como a gente se organiza e para que a gente possa produzir o nosso próprio conteúdo cultural de forma colonizadora, onde a capital é detentora do saber e o interior é só receptivo”. 

A produtora explica ainda que um outro propósito da FLIGSP é evitar que os artistas tenham sempre que recorrer a conseguir trabalhos na capital. “Aqui no interior a gente tem poucos espaços para circulação, poucos teatros, poucos lançamentos, pouca infraestrutura”, diz. 

HOJE 

Nos dias atuais, Cassiane conta que o Fórum ampliou um pouco mais a abrangência da sua discussão, que começou focando mais as artes da cena. “Nesse momento o contexto tem sido muito de discutir a resistência e a defesa da cultura contra a censura, pois estamos agora num momento muito mais drástico em que a questão agora não é só onde se coloca o dinheiro, ela se tornou muito mais ideológica. Então, o Fórum com certeza vai discutir esse momento da cultura que está sob ataque profundo”. 

DEPOIS 

Cassiane também detalha um pouco sobre os encaminhamentos daquilo que for discutido no FLIGSP. “As próximas etapas são sempre definidas a cada Fórum”. Ela explica ainda que, anteriormente, havia muito mais articulação política com representantes do poder público, mas este cenário mudou. “Agora esse diálogo está bastante prejudicado, até porque na Secretaria de Estado a gente teve no ano passado a imposição de um Conselho não-representativo, escolhido pelo próprio governador e pelo secretário, que é completamente anti-democrático, sem eleições, então estamos num quadro de zero diálogo”, lamenta. 

“Então, agora nos dias 24, 25 e 26, a gente vai dialogar para entender quais as ferramentas de luta que a gente tem diante desse quadro de desmonte, destruição e ataque”, completa Cassiane.

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