Morador de Americana há mais de 20 anos, o ex-secretário de Transportes do Estado, Michael Paul Zeitlin, lançou em novembro o livro “Apesar disso, rolou”, que conta sua história de vida e traz memórias desde quando chegou ao Brasil com apenas dois anos de idade até se tornar uma autoridade estadual.
Da infância até a assumir como secretário estadual, Zeitlin passa por todas as fases da vida, quando morou em Santa Catarina, as passagens por colégio interno, formação como engenheiro civil e até sua história como professor e Diretor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Uma das passagens mais curiosas é o fato de ter escolhido ser brasileiro. Nascido em Berlim, na Alemanha, a lei indica que o filho tenha a nacionalidade dos genitores. No entanto, os pais de Michael eram russos, mas perderam a cidadania por terem saído ilegalmente do país na Revolução de 1917 e 1918. Sendo assim, o protagonista foi apátrida até os 21 anos, quando se apresentou ao exército e adotou a cidadania brasileira. “Não me arrependo nem um pouco. Pelo contrário, sou muito feliz sendo brasileiro”, disse.
Como secretário, atuou entre os anos de 1997 e 2002, a convite do 55.º governador do estado de São Paulo, Mário Covas, de quem era amigo particular. Com o falecimento de Covas em 2001, o último ano da gestão de Zeitlin foi com Geraldo Alckmin como chefe. “Nós negociamos devagar a minha saída, e eu brinquei com ele ‘o senhor precisa arrumar um secretário mais moço porque o senhor sonha junto com ele e vai ser presidente da república’, e ele tem sido presidente nas viagens do Lula”, relembrou.
Depois de deixar a esfera pública, Michael mudou-se para Americana por ser a cidade natal de sua esposa, e assim preferiu ficar no município para cuidar da família e dos negócios particulares.
Para chegar até esse livro, a história de Michael como escritor começou no Jornal TodoDia, mas na época do impresso, quando ele possuía uma coluna que era publicada aos domingos. E depois de fazer um curso de redação e escrever uma porção de crônicas, foi quando a publicação de sua história foi viabilizada.
“Na medida em que juntei as crônicas principais, aconteceu que a Magali, que era diretora e proprietária da Adonis (editora), faleceu. Mas tinha me dito que ela queria que o livro saísse, então se criou o laço sentimental”, contou o escritor descrevendo o pontapé inicial para a publicação.
Aos 86 anos, o livro não foi feito escrito por objetivos econômicos, mas sim para contar uma história de decisões e que pode contribuir com a vida dos jovens. “Essa leitura deve inspirar de que se você fizer força, você chega lá”, disse o ex-secretário estadual.