quarta-feira, 26 novembro 2025
TRIBUTO

Orquestra de Americana mergulha nas origens do blues em novo concerto

A entrada será solidária, mediante a doação de uma caixa de bombons ao Fundo Social de Solidariedade, e os ingressos podem ser reservados pelo site ingressodigital.com
Por
Diego Rodrigues

A Orquestra Sinfônica Municipal de Americana apresenta o concerto “Back to the Blues” na quinta-feira (27), às 20h, no Teatro Municipal Lulu Benencase. A entrada será solidária, mediante a doação de uma caixa de bombons ao Fundo Social de Solidariedade, e os ingressos podem ser reservados pelo site ingressodigital.com.

Origem
O blues nasce como o canto-lamento dos negros escravizados nos campos de algodão dos EUA. É a base da música moderna, considerado o pai do jazz e avô do rock.

O concerto busca aproximar o público da trajetória e das referências culturais do blues, explorando desde suas raízes até interpretações marcantes de diferentes gerações. Com classificação livre, a apresentação reúne canções de artistas como Ray Charles, B.B. King, Muddy Waters, Robert Johnson e Jimi Hendrix. A proposta é celebrar diferentes fases do gênero e destacar sua influência na formação da música contemporânea.

O maestro e diretor artístico Álvaro Peterlevitz integra a estética do blues à sonoridade sinfônica. Foto: divulgação

Arranjos e Concepção Musical
O cantor, baixista e pesquisador Rodrigo Barros conduz a apresentação ao lado de Fábio Covolan (guitarra), Renne Froner (bateria) e Mateus Pavan (teclado). Os arranjos orquestrais inéditos foram elaborados pelo maestro e diretor artístico Álvaro Peterlevitz, que integra a estética do blues à sonoridade sinfônica.

Rodrigo é integrante da banda Relíquia, que já fez dois concertos com a orquestra de Americana. “No primeiro concerto contamos a história do rock sinfônico a partir da década de 1960. O segundo foi o concerto ‘Relíquias do Brasil’, onde tocamos os lados B da música brasileira com a orquestra”, explica o músico.

Critérios de Seleção e Construção do Concerto
Sobre a escolha do repertório, o músico explica que teve acesso ao livro The Real Book of Blues, usado em escolas de música dos Estados Unidos para apresentar a base do blues, semelhante ao tradicional Real Book do jazz.

A coletânea reúne 225 músicas. “Eu percebi que alguns compositores apareciam repetidamente, o que indicava maior relevância e influência histórica. Esse foi o primeiro critério de seleção: priorizar quem era mais recorrente e é considerado essencial no gênero”, destaca Rodrigo.

Linha do tempo
Outro critério foi o recorte temporal, buscando uma linha quase cronológica desde 1917, ano da primeira gravação de blues, até o início dos anos 1970, quando o rock e o heavy metal passaram a absorver o estilo, resultando no chamado blues britânico, já distante de suas raízes negras.

Ele afirma que a curadoria privilegiou compositores negros da fase inicial do blues, valorizando quem realmente criou o estilo, já que os músicos posteriores apenas beberam dessa fonte.

Blues e orquestra
Sobre o desafio de unir banda e orquestra, ele explica que o concerto será dividido em três blocos, cinco músicas com a orquestra, cinco apenas com o quarteto e, depois, mais cinco com a orquestra. Nas partes orquestradas, tudo é escrito em partitura, sem espaço para improvisos. “Para isso, nós filmamos o ensaio e enviamos ao maestro, que elaborou arranjos exatamente do mesmo tamanho das execuções ensaiadas”, afirma Rodrigo. Já nas músicas sem orquestra, o grupo terá liberdade para apresentar solos e improvisar em cima das escalas.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também