O poeta Lucas Afonso estará no primeiro Festival de Literatura de Americana, trazendo ao público sua experiência na poesia falada, no Slam e no audiovisual. Reconhecido nacional e internacionalmente, ele percorreu um caminho que começou nas salas de aula e o levou a palcos no Brasil e no exterior, mostrando como a arte pode transformar vidas.
Slams de poesia
“Os Slams de poesia são como um jogo de poesia falada”, explica Lucas Afonso. Surgidos em Chicago nos anos 1980, os Slams chegaram ao Brasil em 2008, e ele começou a participar em 2013. Hoje, existem cerca de 400 comunidades de Slams no país, com campeonatos estaduais, nacionais e internacionais.
Do Slam Brasil à Copa do Mundo
Em 2015, Lucas Afonso se tornou campeão do Slam Brasil e representou o país na Copa do Mundo de Poesia Falada, em Paris, em 2016. “Foi incrível sair da zona leste de São Paulo e ir para Paris por causa de uma poesia que eu escrevi. Isso mostra o poder transformador da arte”, conta.
Durante o torneio, poetas de diversos países se tornaram parceiros, e uma experiência marcou Lucas: o apoio do representante de Madagascar, que o reconheceu como “último do Sul”, destacando as desigualdades históricas entre o Hemisfério Norte e o Sul global.
A Última Folha do Caderno
O livro de poesias de Lucas Afonso, A Última Folha do Caderno, resgata suas primeiras escritas feitas em atividades escolares. “Na última folha do caderno eu fazia meus desabafos, minhas cartas de amor, minhas poesias. Anos depois, ao lançar meu livro, quis resgatar essa origem”, conta.
A obra não é apenas uma coletânea de poemas, mas também um convite aos jovens para valorizarem as vivências escolares como oportunidades de transformação.
Slam Interescolar e arte cidadã
Lucas Afonso participa do Slam Interescolar, campeonato de poesia falada entre escolas em São Paulo. Neste ano, 450 escolas estão inscritas, incluindo unidades de Americana. Mais do que estimular a leitura, o projeto trabalha autoestima, senso de pertencimento e cidadania. “É uma ferramenta poderosa para formar jovens artisticamente e como cidadãos. A arte tem potencial de transformar realidades, e o Slam faz isso dentro e fora da escola”, afirma.
Festival de Literatura de Americana
O poeta reforça a importância do evento. “Eventos presenciais permitem troca de experiências, olho no olho. Todo mundo volta para casa inspirado, e isso ecoa em outras pessoas.” Ele promete apresentações e palestras que vão envolver o público e despertar o interesse pela literatura.
Atuação no audiovisual
Além da poesia, Lucas Afonso também tem se destacado no audiovisual. Participou das séries Rotas do Ódio, Sintonia e Irmandade, da Netflix, e do filme A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert.
Ele fala sobre as experiências ao lado de grandes nomes da cena artística brasileira, como Seu Jorge e Ice Blue, dos Racionais MC’s. “Estar em cena com artistas como Seu Jorge e Ice Blue foi uma escola. São referências que sempre admirei, e poder trabalhar com eles me fez compreender o poder da arte de forma ainda mais profunda. Para mim, foi como estar ao lado de mestres, aprendendo muito em cada gesto e palavra”, relata.
Próximos projetos e dicas de leitura
Entre os próximos projetos, o poeta cita o encerramento do Slam Interescolar e a preparação de um novo livro, previsto para o próximo ano. Aos jovens leitores, recomenda Manual Prático do Ódio, de Ferréz. “É envolvente, você não consegue parar de ler”, afirma.
Convite à comunidade
“Meus amigos de Americana, quero renovar o convite para o festival. Vai ser um momento de troca, aprendizado e inspiração. Espero encontrá-los lá”, finaliza Lucas Afonso.
