
O Teatro Municipal “Manoel Lyra”, de Santa Bárbara d’Oeste, receberá, neste final de semana, uma pré-estreia da São Paulo Companhia de Dança (SPCD), uma das mais importantes companhias de dança da América Latina. Serão duas apresentações gratuitas, realizadas na sexta-feira (2), às 20 horas, e no sábado (3), às 19 horas. O público poderá retirar os ingressos gratuitos na bilheteria do Teatro uma hora antes de cada sessão.
A SPCD é a companhia de dança profissional do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança.
As apresentações em Santa Bárbara são realizadas pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e São Paulo Companhia de Dança via Lei de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução. O patrocínio é do Itaú.
“Essa é a 9ª vez que subiremos ao palco em Santa Bárbara d’Oeste e, agora, com uma pré-estreia junto ao nosso repertório com uma obra clássica e uma contemporânea. O público poderá conferir, em primeira mão, a criação do coreógrafo Carlos Pons Guerra, que dialoga com temas atuais do nosso planeta, e leva à cena uma coreografia instigante que junta dança, teatro e outros elementos”, conta Inês Bogéa, diretora artística da São Paulo Companhia de Dança.
A abertura dos espetáculos ficará por conta do Laboratório da Dança Fernanda Araújo, de Santa Bárbara, com a obra ÉTER, dirigida por Fernanda Araújo, que também assina a coreografia ao lado de Eduardo Menezes e Cintia Nogueira. Em ambas as sessões, a SPCD apresenta sua versão do Grand Pas de Deux de Dom Quixote; Ataraxia, de George Céspedes; e A Vingança dos Flamingos, que é o destaque da noite, de Carlos Pons Guerra.
Pré-estreia “A Vingança dos Flamingos”, de Carlos Pons Guerra
Em sua primeira criação para a São Paulo Companhia de Dança, o espanhol traz ao centro do palco uma história sobre beleza, resistência e desequilíbrio ambiental. Vistosos flamingos dominam a cena para expor, com ironia e lirismo, as tensões entre espetáculo e natureza. Inspirado por memórias da infância nas Ilhas Canárias, o coreógrafo transforma o palco em um espaço onde a vida selvagem performa para nos entreter — enquanto silencia, esgota e adoece.
A obra — que combina movimentos clássicos, contemporâneos e inspirados no reino animal, com uma performance marcadamente teatral — tem início com um grupo de flamingos que dança com exuberância e leveza, em gestos amplos e sorrisos que evocam exibição e encantamento. Aos poucos, porém, a atmosfera se transforma com a entrada de dois humanos — encantadores de flamingos que acompanham silenciosamente a cena. Sua presença, ambígua, simboliza controle e falsa proteção.
Com figurinos de Fernanda Yamamoto que evocam texturas e volumes inspirados nas plumagens, iluminação de Wagner Freire que alterna brilhos e sombras e trilha sonora que flutua entre lirismo, vaudeville e exuberância, A Vingança dos Flamingos é uma obra performática e profundamente sensível, que confronta a crueldade velada por trás do espetáculo e convida à empatia — com o planeta, com os animais, com tudo o que ainda pode resistir.
A São Paulo Companhia de Dança convida o público a participar ativamente deste momento e a comparecer ao teatro com elementos que representem a temática — vale fantasia, camiseta, acessório, desenho ou o que a imaginação permitir. Ao final da apresentação, será feita uma foto coletiva com os bailarinos.
Espetáculos
Já o clássico Grand Pas de Deux de Dom Quixote é o momento do casamento de Kitri e Basílio, personagens principais dessa obra. Coreografado por Marius Petipa, o balé Dom Quixote é baseado num capítulo da famosa obra de Miguel de Cervantes, que narra as aventuras do barbeiro Basílio e seu amor por Kitri, a filha do taberneiro.
Ataraxia, marca a estreia do coreógrafo George Céspedes para uma companhia brasileira. Conhecido por seu estilo que combina dança com elementos geométricos e matemáticos, Céspedes desenha no palco formas impactantes por meio do movimento coordenado dos bailarinos. A obra mistura dança contemporânea com figurinos urbanos e trilha sonora que vai de Marilyn Manson a Pablo Milanés.
Abertura
A obra apresentada pela companhia barbarense Laboratório da Dança Fernanda Araújo, ÉTER, é uma criação coreográfica que atravessa estilos e atmosferas, reunindo obras de jazz, neoclássico e contemporâneo que se revelam uma experiência sensível e arrebatadora. Em um tecido de movimentos que se entrelaçam como fragmentos de memória, emoção e pulsação do tempo, a colagem coreográfica propõe uma viagem pelo invisível: aquilo que se move no ar, que se comunica sem palavras, que paira entre o corpo e o espírito. ÉTER não é uma narrativa linear — é respiro, é presença.
Fichas Técnicas:
Grand Pas de Deux de Dom Quixote (2012)
Coreografia: na versão da SPCD, a partir do original de 1869 de Marius Petipa (1818-1910)
Música: Leon Minkus (1826-1917)
Iluminação: Wagner Freire
Figurinos: Tânia Agra
Ataraxia (2025)
Coreografia: George Céspedes
Assistência de Coreografia: Aymara Rodrigues
Músicas: Trilha original de George Céspedes; Count To Six And Die (The Vacuum Of Infinite Space Encompassing), de Marilyn Manson e John Lowery, The Golden Age Of Grotesque, de Brian Warner e Tim Skold, ambas interpretadas por Marilyn Manson; Candil
De Nieve, de Raúl Torres, interpretada por Pablo Milanés.
Figurino: Marco Lima
Iluminação: André Boll
*Atenção: a obra apresenta cena com efeito estroboscópico que pode afetar espectadores fotossensíveis.
A Vingança dos Flamingos (2025)
Coreografia: Carlos Pons Guerra
Figurino: Fernanda Yamamoto
Iluminação: Wagner Freire
Fotos: Pas de Deux de Dom Quixote, na versão da SPCD – Crédito: Samira Dantas | Ataraxia, de George Céspedes – Crédito: Iari Davies
Com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo