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Depois de cinco shows pelo Brasil, foi a vez da capital paulista assistir a estreia da tríade nos palcos com uma apresentação que carregava a responsabilidade de sintetizar anos de história em 28 músicas. A julgar pela resposta do público, os Tribalistas acertaram em cheio.
O setlist do show, que contou com canções dos dois discos do grupo -lançados em 2002 e 2017- também foi costurado com parcerias criadas entre os três ao longo de suas carreiras, caso de “Amor I Love You” e “Infinito Particular”, famosas na voz de Marisa. Todas devidamente acompanhadas por sequências de aplausos, alguns coros e celulares apontados para o palco e telões, que são parte essencial do espetáculo.
Com direção de arte de Batman Zavareze, responsável pelas projeções feitas no Maracanã no encerramento das Olimpíadas no Brasil, as projeções mostram uma mistura de imagens antigas e novas, animações, pinturas e outras cenas que não se repetem e seguem o ritmo da apresentação. Caso de “Diáspora”, canção que fala sobre imigração e foi acompanhada por ondas quebrando em câmera lenta, e de “Já Sei Namorar”, que ganhou ritmo extra com imagens dos integrantes dançando.
Ao ser perguntado sobre o espaço de 16 anos entre os álbuns, tem sido resposta comum do trio dizer que nunca houve um hiato. “Estão falando muito sobre a nossa volta. Nós nunca fomos”, relembrou Arnaldo no show. Os três continuaram compondo juntos e, além das 23 músicas dos álbuns, ainda somam outras 56, segundo Marisa. Ao vivo, a parceria se manifesta também pela harmonia entre as canções, que se encaixam – “Ânima”, do último disco, aparece entre “Um a Um” e “Velha Infância”, do álbum de estreia, por exemplo.
A nova “Trabalivre” marca o começo do ponto alto da apresentação e do fim do show, com instrumental marcado pelos músicos Pedro Baby, Marcelo Costa, Pretinho da Serrinha e Dadi, que acompanham o trio. É seguida por três sucessos do grupo e os maiores coros no estádio: “Passe em Casa”, “Já Sei Namorar” e uma dose extra de “Velha Infância” que faz vários celulares subirem ao mesmo tempo para o registro do bis.
A apresentação termina como começou. “Tribalistas” também entra no bis e Arnaldo, Carlinhos e Zé se despedem pedindo um abraço coletivo e dançando em roda com os músicos no palco. A trinca ainda segue a turnê por Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte, antes de seguir para a Europa.