O palco do Teatro Municipal Lulu Benencase, em Americana, recebeu o evento cultural “Capoeira/20 Anos do Projeto Social Raízes e Lutas”, que celebrou neste domingo (4) duas décadas de atividades do grupo. A ação, realizada pela Prefeitura de Americana e pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, foi selecionada pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura e contou com o apoio do Conselho Municipal de Cultura (Comcult), além da produção do Instituto Cultural de Capoeira Raízes e Lutas.
A capoeira, manifestação cultural afro-brasileira que mescla dança, arte marcial, música, jogo e religiosidade, foi o foco das comemorações. Com raízes históricas entre os negros escravizados, a prática surgiu como um meio de resistência à opressão e de preservação das identidades culturais dos povos africanos. A roda, os instrumentos musicais, o canto e os movimentos corporais são os principais elementos que compõem a performance dessa arte.

O evento contou com a participação de importantes nomes da capoeira, como os mestres King, do Rio de Janeiro, Marcinho, de Americana, e Maia, de Sumaré. A convidada especial, Mestra Asa Branca, também do Rio de Janeiro, compartilhou sua experiência com o público presente, enriquecendo ainda mais a celebração da tradição da capoeira.
Mestre King faz questão de dizer que a capoeira é o único esporte genuinamente brasileiro. “Quando a gente quer mostrar a luta, a gente mostra a luta; quando tem que mostrar a cultura, mostramos a cultura”, acrescenta o capoeirista.
A capoeirista Sol pratica o esporte desde os 8 anos e, hoje com 19, atua como professora de capoeira em escolas e centros comunitários. “A capoeira, para mim, tem o significado de ‘resistência’ pelo fato de eu ser mulher.”
Pessoas de todas as idades podem participar do projeto, que vai além da luta, apresentando a história e a origem da cultura da capoeira. “Saúde, coletivo, defesa pessoal são apenas alguns pontos que a capoeira abrange”, explica mestre Nanico, um dos pioneiros do Raízes e Lutas.
Mestre Manjuba começou sua trajetória na capoeira na década de 80, no Ceará, sua terra natal. “A capoeira é o único esporte que agrega todas as artes: música, dança e por aí vai”, explica Manjuba, que realiza workshops por todo o Brasil divulgando a capoeira.