O diretor Marc Forster (“007 – Quantum of Solace”) estava em um avião com a filha de seis anos. Entretida com o desenho do Ursinho Pooh no iPad, a menina pediu: “Por que você não faz um filme para mim? Todos seus filmes são sombrios e não posso ver nenhum deles”.
“Três anos depois, aqui estou eu”, diz Forster à reportagem no lançamento de “Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível”, longa da Disney baseado nos amados personagens infantis criados pelo escritor A.A. Milne (1882-1956). “Criamos uma história original, algo muito difícil de encontrar neste mundo de sequências e adaptações.”
A ideia da produção que estreia hoje, no entanto, é mais antiga. Desde que o produtor Brigham Taylor viu o ursinho falante de “A.I. – Inteligência Artificial”, em 2001, ele arquiteta a ideia de levar Pooh para o cinema. O conceito coincidiu com o sucesso da Disney ao transformar as animações como “A Bela Adormecida” e “A Bela e a Fera” em filmes com atores em carne e osso.
A transposição foi complicada. O cineasta independente Alex Ross Perry foi contratado para escrever o primeiro tratamento do roteiro, há três anos. Mas o estúdio não gostou do resultado, que se concentrava na jornada do Ursinho Pooh em busca do seu amigo humano, Christopher Robin.
“Quando trabalhamos com grandes estúdios, os executivos podem achar que estão fazendo um filme, enquanto o diretor acredita fazer outro. Não deixei isso acontecer, porque seria um conflito”, diz Forster.
O REENCONTRO
“Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível” virou uma história que pode se conectar diretamente aos livros de Milne: anos depois de abandonar o bosque, Christopher Robin (Ewan McGregor) enfrenta as dificuldades da vida adulta ao equilibrar trabalho e família.
Agora um homem de negócios, ele cresceu e perdeu o rumo de sua vida, mas seus amigos de infância decidem embarcar no mundo real para ajudá-lo a se lembrar que aquele amável e divertido menino ainda existe em algum lugar.
“Ele é um homem desconectado por causa dos traumas da guerra e das suas responsabilidades como adulto”, diz McGregor. “Qualquer um que precisou passar um tempo longe da família para o bem da própria família vai se identificar com o filme.”