sexta-feira, 22 novembro 2024

Rio Branco volta a revelar jogadores

Após período de ostracismo, o Rio Branco parece estar de volta ao caminho da revelação de atletas na base, receita de sucesso no período de ouro do clube nos anos 90 e 2000. A reformulação nas divisões menores, iniciada há três anos pelo ex-atletas Sandro Hiroshi e Raphael Pereira, com auxílio de nomes como Éder Duarte e Juninho Ferrari, resultou em jogadores colocados em clubes maiores através de parceria ou que serviram ao time profissional na Bezinha deste ano. O desafio agora é promover maior integração entre as categorias. 

Técnico do time principal do Tigre nesta temporada e atual coordenador das categorias Sub 15 e Sub 17, Raphael Pereira fala dessa retomada do Rio Branco como clube formador. “O que fizemos nesses últimos anos é de tirar o chapéu. Além do encaixe de atletas nos clubes grandes que a diretoria negociou, cinco ou seis serviram ao profissional na Bezinha, o que mostra que o trabalho foi muito bom”, ressaltou. 

Raphael projeta a próxima temporada para as categorias sob sua responsabilidade. “Fiz uma parceria com o Gol de Placa que vai me garantir reposição para o Sub 15 por vários anos, porque eles têm os times de baixo, algo que não vinha acontecendo. Já temos onde buscar e dar tranquilidade a essa categoria e ao Sub 17 para as próximas temporadas”, prevê. 

O coordenador espera uma maior atenção do clube também em relação à categoria Sub 20, hoje terceirizada. “Realmente, precisamos ajustar. Ainda mais com o profissional tendo o limite de idade de 23 anos. O ideal seria essa categoria também ficar nas mãos do clube. Esse tem que ser o pensamento da diretoria e é o que a gente espera, mas não depende de nós”, frisou. 

A saída de atletas do clube ainda nas categorias menores não é o cenário ideal, porém, segundo Raphael, é uma alternativa para evitar a perda dos principais destaques. “Gostaria de segurar atletas mais tempo, mas não temos condições. Do Sub 13, cerca de dez jogadores saíram daqui ano passado. Se tivessem sequência, o retorno poderia ser mais rápido, sendo vendidos ou com parcerias mais rentáveis”, comentou. 

“Logo eles vão estar estourando, saíram para parcerias e em breve vão trazer retorno financeiro para o clube. As dificuldades são muito grandes, mas a gente tem conseguido. Estamos revelando bons jogadores, tanto é que teve até convocação para a seleção brasileira”, concluiu, lembrando de Júlio Vitor, meia hoje com 18 anos e defendendo a Ponte Preta que, em 2016, ainda no Tigre, foi chamado para defender o Sub 15 do Brasil. Além de Júlio, a relação de atletas negociados, em forma de parceria, pelo Rio Branco nos últimos três anos conta com o goleiro Ângelo (São Paulo), os laterais Vanderson (Grêmio) e Clebson (Guarani), os zagueiros Higor (Fluminense) e Róbson (São Bento), o meia Samuel (XV de Piracicaba – mesmo destino do lateral Tiago) e o atacante Wemerson (mais um no Guarani). 

MARANHÃO PEGA 6 JOGOS 

Aconteceu na noite da última segunda-feira (21), na sede do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação Paulista, o julgamento dos quatro atletas do Rio Branco expulsos na derrota, por 3 a 0, diante do Fernandópolis, partida com muitos desentendimentos e incidentes, dentro e fora de campo, que eliminou o clube de Americana das disputas do Campeonato Paulista da Segunda Divisão. 

Como era de se esperar, a pena mais significativa foi a do volante Maranhão que, de acordo com relato em súmula, acertou um adversário com um soco. Ele foi suspenso por seis partidas. Caso a Bezinha de 2020 seja disputada nos mesmos moldes deste ano, por exemplo, e ele atue pelo Rio Branco ou qualquer outra equipe da competição, perderá um turno inteiro da primeira fase. 

O também volante Kayo e o atacante Thiago, envolvido em confusões ao longo da partida, receberam punição de duas partidas. O zagueiro William, único expulso por uma falta comum de jogo, terá de ficar de fora do próximo confronto que seu futuro clube atuar. 

As penas valem para competições chanceladas pela Federação Paulista de Futebol por dois anos, ou seja, se nesse período os atletas assinarem contrato com equipes de outros estados poderão atuar normalmente. 

Chama a atenção que apesar de o Rio Branco ter disponibilizado seu advogado, Éder Duarte, para fazer a defesa dos jogadores, que ainda têm contrato vigente com o clube, nenhum deles compareceu à audiência. 

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