Traçado original passaria nas proximidades do córrego Mollon, na Zona Leste, mas mobilização conseguiu mudar o projeto
O projeto original do prolongamento da rodovia, um trecho de 39 quilômetros entre Campinas e Santa Bárbara d’Oeste, previa uma interligação com a rodovia SP-304 e, um pouco mais à frente, também com a avenida Santa Bárbara, na altura do córrego Mollon. Se saísse do papel, essa obra representaria mais um obstáculo a reforçar a separação dos bairros da Zona Leste com a região central da cidade. Alguns anos antes, o então vereador de Americana, João Jorge de Souza, chegou a propor um plebiscito para que os moradores desses bairros da divisa decidissem se queriam permanecer vinculados a Santa Bárbara d’Oeste ou se preferiam ser “anexados” ao território de Americana. A ideia não foi adiante.
Segundo arquivos do Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi, inicialmente, durante a segunda gestão do prefeito Isaías Hermínio Romano, o plano da rodovia seria o de cortar a cidade, passando próximo ao córrego Mollon. “Muitas foram as discussões e, com a volta do prefeito José Maria de Araujo Júnior, ele consegue convencer as autoridades estaduais a desviar a rodovia, para o traçado atual”, relata um trecho do documento.
Superados os entraves do traçado original, a primeira etapa do prolongamento foi realizada entre junho de 1999 e maio de 2001, a partir do km 95, na região da avenida John Boyd Dunlop, em Campinas até Santa Bárbara D’Oeste. Por fim, a interligação da Bandeirantes com a rodovia SP-304 ficou distante alguns quilômetros do traçado do projeto original.
Esta etapa representou uma importante opção rodoviária para moradores de Hortolândia, Sumaré, Santa Bárbara D’Oeste e Americana, além de oferecer uma nova conexão para a rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), beneficiando inclusive a população da região de Piracicaba.
Com a conclusão do prolongamento, desde dezembro de 2001, a Rodovia dos Bandeirantes passou a ligar a cidades de São Paulo e Campinas e o Aeroporto de Viracopos às regiões de Piracicaba, Sumaré, Santa Bárbara D’Oeste, Limeira e norte/noroeste do Estado, aliviando o tráfego na Via Anhanguera (SP-330) e oferecendo uma ligação por meio de autoestrada, com geometria e traçado que favorecem o tráfego de longa distância.
Este novo trecho rodoviário contribuiu para o desenvolvimento econômico da região, favorecendo e criando condições de atratividade para empresas ligadas às áreas de tecnologia, agronegócio e logística, setores que apresentaram crescimento considerável na Região Metropolitana de Campinas nos últimos anos.
Além do benefício econômico, o novo eixo viário também garantiu melhoria de qualidade de vida para a população dos municípios lindeiros, com a redução no tempo de deslocamento e diminuição de quase 35% no índice de acidentes dentro do Sistema Anhanguera-Bandeirantes.