sexta-feira, 22 novembro 2024

Apesar da crise, setor imobiliário reage na região

A pandemia afetou, sim, os negócios no setor imobiliário. Contratos foram suspensos e projetos adiados. O número de loteamentos lançados no primeiro semestre foi 30% menor que o registrado de janeiro a junho de 2019 e a comercialização de lotes também foi menor.

Mas os negócios fechados na RMC (Região Metropolitana de Campinas) ao longo do segundo trimestre deste ano mostram que o segmento reage de forma positiva, e deve estar restabelecido no começo de 2021.

Par se ter uma ideia, a região concentrou, no período, o maior número de lotes vendidos no interior do Estado. Foram 2.271 terrenos comercializados, que movimentaram recursos da ordem de R$ 390 milhões. A região administrativa que mais se aproximou disso foi a de Sorocaba, por onde circularam R$ 163 milhões.

Os dados são do “Indicador Nacional de Loteamentos”, pesquisa realizada pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação), elaborada a partir de informações dos empreendedores, analisadas por consultores especializados.

O levantamento aponta um panorama positivo do momento. “Apesar da insegurança causada pela pandemia, o investimento em imóveis se manteve forte. Os resultados alcançados são extremante positivos, diante do quadro econômico que o País enfrentava”, avalia Kelma Camargo, diretora do escritório do Secovi em Campinas.

Para ela, o controle da taxa básica de juros e os incentivos governamentais para a manutenção dos serviços no setor foram importantes para manter obras. E os resultados só não foram ainda melhores, diz, porque a pandemia afetou a produção da indústria de matérias e os revendedores não conseguir a suportar a demanda.

Pela mesma razão, avalia, o preço do material de construção teve reajustes graúdos e muitas construtoras reclamaram da dificuldade em manter custos previstos em contratos. “A escassez de material foi o principal obstáculo para o segmento”, resume.

Mas qual é a razão do desempenho melhor da região de Campinas?

Simples, segundo a diretora. As cidades da região – com economia forte e boa estrutura de serviços – continuam sendo o sonho de consumo para quem vive no atropelo da Capital. Os condomínios fechados continuaram sendo um chamariz enorme de investimentos.

CONJUNTURA

O bom momento do mercado imobiliário da região de Campinas reflete, segundo analistas especializados, a conjuntura econômica.

Para o professor Fernando Nogueira da Costa, economista da Unicamp, o preço médio do terreno na região continua sendo muito atrativo para investimentos. O valor de lote é até 40% menor ao praticado em regiões nobres de São Paulo e do Rio, por exemplo, ao mesmo tempo em que o interior dispõe de infraestrutura de serviços que não deixa nada a desejar às capitais.

Também deve se levar em consideração, a seu ver, a política do governo, de manter a taxa básica de juros controlada, favorecendo o planejamento e a quitação dos contratos. Momento em que os terrenos (e os imóveis em geral)  continuam sendo uma opção segura de investimentos.

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