A pandemia do novo coronavírus forçou o isolamento social e levou empresas a colocar seus profissionais em trabalho remoto, também chamado de home office. Com isso, prédios comerciais foram esvaziados. Agora, com a flexibilização, muitos funcionários estão voltando aos seus postos originais.
Como os sistemas de ar-condicionado ficaram desativados neste período, a volta deve ser acompanhada de revisão nos equipamentos antes de eles serem religados, sob risco de expor os funcionários a infecções bacterianas, segundo alerta a Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento).
“A umidade com o ar parado propicia a criação de fungos e bactérias. Essa situação faz proliferar o mofo não só em móveis mas também nos equipamentos de ar-condicionado. E isso vem acontecendo em muitas empresas que ficaram fechadas por dois, três meses. É o mesmo que acontece em casas de praia fechadas durante longos períodos. A diferença é que sistemas de ar-condicionado parados por longos períodos podem expor os funcionários até a infecções bacterianas, que, apesar de muitos não saberem, são tão letais quanto a Covid-19”, afirma o engenheiro Arnaldo Parra diretor de relações institucionais da Abrava.
Apesar de privilegiar a ventilação natural, a OMS (Organização Mundial de Saúde) não veta o uso do ar-condicionado. Pelo contrário.
Segundo trecho de nota emitida pela OMS, se a manutenção estiver em dia, o ar-condicionado pode ser até um aliado.
“Um sistema bem mantido e operado pode reduzir a propagação de Covid-19 em espaços internos, aumentando a taxa de troca de ar, reduzindo a recirculação de ar e aumentando o uso do ar externo”.
Diferentemente dos equipamentos de uso residencial, em que o morador define quando fará a manutenção, o ar-condicionado voltado ao uso comercial deve ser constantemente verificado. É obrigatória por lei.
“A implantação do sistema de ar-condicionado (e climatização em geral) no âmbito comercial difere bastante do residencial e varia muito de acordo com ao que se destina este ambiente e o porte”, afirma o professor Rudolf Bühler, do departamento de Engenharia Elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
Segundo Bühler, no ambiente comercial, as seguintes características devem ser observadas: temperatura, umidade, movimentação, renovação e qualidade do ar. “Em alguns casos, controla-se também a pressão interna do ambiente, característica que não é necessariamente controladas no ambiente residencial.”
INFOGRÁFICO SOBRE MANUTENÇÃO DE AR-CONDICIONADO (Arte: Folhapress)