segunda-feira, 20 outubro 2025
FLORESCENDO DE NOVO - EP. 1

Especial Outubro Rosa: exame de rotina pode ser decisivo para detectar o câncer de mama precocemente

TV TODODIA apresenta série de cinco episódios do especial Outubro Rosa
Por
Nicoly Maia

O ano era 2011 quando Soraya Agostini Teizen passava em uma consulta de rotina com a ginecologista. Foi quando a médica solicitou um encaminhamento para o mastologista. Soraya precisaria fazer uma biópsia. “Eu fiquei desesperada, porque foi uma surpresa e desconhecimento. ‘Nossa, biópsia?’ Eu já montei aquele drama na minha cabeça.”

O resultado do eame foi benigno, mas indicava que logo Soraya precisaria enfrentar novamente essa mesma situação. “Deu benigno no primeiro exame. Aí eu fiquei relaxada, tranquila. O mastologista falou que tudo bem, que a gente ia só fazer o acompanhamento. Se, por um acaso, crescesse, a gente ia fazer a retirada.”

Nova descoberta
Após 11 anos de acompanhamento, em meio à pandemia, ela continuava a fazer os exames, sempre acompanhando a saúde. Ao apresentar os resultados para a ginecologista, ouviu novamente que seria necessário encaminhamento ao mastologista.

“Eu falei ‘nossa, de novo?’ foi quando a ginecologista disse, ‘não, talvez você precise fazer uma cirurgia’. No momento a minha reação foi tranquila, pelo menos descobriu no começo. Foi essa a conversa. Ninguém falou mais nada. Então, pra mim, era o cisto que tinha crescido e que ia precisar tirar, ponto.”

Soraya passou novamente pelo mastologista, que pediu outra biópsia. Nesse momento, ela ainda não tinha certeza do que estava acontecendo e até estranhou o encaminhamento da biópsia para uma clínica especializada em exames de imagem.

A experiência com a mamografia marcou a sua vida. “É o pior exame da minha vida. Eu espero nunca mais precisar fazer esse exame. O seio sai daquele jeito, muito dolorido. Fica roxo e tudo. Mas consegui e fiz o exame.”

Nesse momento, o médico comentou que talvez Soraya precisasse de cirurgia, mas ela ainda não sabia que se tratava de um câncer de mama, ela acreditava que seria algo simples.

Soraya descobriu o câncer de mama durante a pandemia, e após muita luta, venceu a batalha. Foto: Ana Machado/TV TODODIA

A confirmação
O resultado do exame chegou 11 dias antes do prazo, quando Soraya recebeu uma ligação pedindo que fosse com urgência ao consultório. “Desliguei o telefone, respirei fundo e fui para minha sala. Expliquei à cliente que precisava ir ao mastologista, mas só sairia depois de atendê-la.”

Ao entrar na sala, entregou os exames ao médico e, então, veio a confirmação: cirurgia, radioterapia e uso de medicamento por cinco anos. “Na hora que eu escutei ‘medicamento por cinco anos’, arregalei o olho, cinco anos? Ele respondeu: tem gente que toma por dez. Eu engoli seco, olhei pra ele e fiquei quieta. Tá bom, vou tomar por cinco, fazer o quê? Tem que tomar, toma.”

Câncer de mama
Enquanto o médico fazia os procedimentos para agendar a cirurgia, o silêncio pairou pelo consultório. Foi então que Soraya começou a recapitular tudo o que tinha ouvido  e só nesse momento percebeu que se tratava de um câncer de mama. “Aí o olho encheu de lágrimas, provavelmente ficou vermelho. Olhei pra ele, ele tava me observando. Eu engoli e pensei comigo: para. Tanta gente já teve, já passou por isso, tá super bem. O seu também. Apareceu? Ótimo. Arranca. Não te pertence. E vamos seguir em frente. Vai fazer o que tem que fazer. Respirei fundo e foi.”

Do diagnóstico até a cirurgia foram 17 dias. Após a cirurgia a jornada incluiu 33 sessões de radioterapia. No início dessa nova fase, o sino do hospital foi tocado. No dia 25 de setembro, Soraya teve a última consulta com a oncologista.

Soraya e o grupo de pedalo. Foto: Arquivo pessoal

Soraya recomenda: procure o médico
“Então, tá com alguma suspeita, alguma coisa? Vai, faz o exame, procura o médico. Não deixa pra depois. Pelo menos uma vez por ano, faz o exame preventivo, porque é muito importante. Eu fiz e descobri no começo. Então vai e faz, não perde tempo. A vida da gente é muito valiosa. A gente tem que agradecer a Deus todo dia por causa disso.”

O exame de mamografia ajuda a detectar com antecedência os primeiros sinais de alteração. “A partir dos 40 anos, nós preconizamos mamografia anual, até os 74 anos. Se a paciente for rígida, tiver boa saúde, conseguir chegar ao aparelho e tiver expectativa de vida adequada, ela pode continuar fazendo os exames depois dos 74 anos. Mas, idealmente, os exames devem começar aos 40 anos.” Dr. Gildo Gardinalli Filho, mastologista da Unimed.

Existem mais de 20 tipos de câncer, e é muito importante entender que as pacientes têm tratamento individualizado, segundo o tipo de tumor e a idade. “Algumas iniciam com quimioterapia, outras com cirurgia. Há ainda tratamentos complementares, como radioterapia e hormonioterapia. Hoje existem inúmeras opções de terapias-alvo e imunoterapias, que contribuem para a melhora e a otimização do tratamento do câncer de mama” comenta o doutor.

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