sábado, 20 abril 2024

Simples, mas injustiçado

É “chover no molhado” dizer que o Volkswagen T-Cross é um sucesso. Responsável pela entrada da marca alemã no segmento dos SUVs no Brasil, conquistou o consumidor e se tornou o líder de vendas entre os utilitários esportivos no país em 2020.

Há, porém, uma versão que passa longe do público na hora de escolher um SUV para levar para casa.

Com o consumidor preferindo cada vez mais os modelos automáticos, o T-Cross 200 TSI, com câmbio manual, é o carro que quase ninguém escolhe na hora da compra.

Os números deixam isso bem claro. De acordo com dados da Jato Consultoria, a versão 200 TSI foi responsável por apenas 160 dos 47.130 emplacamentos do T-Cross entre janeiro e outubro do ano passado.

Mas, se olhar com mais atenção, pode ser uma boa pedida para quem busca um T-Cross mais em conta.

Apesar de não parecer um carro básico, uma vez que não traz calotas ou partes do carro sem pintura (como maçanetas e capas dos espelhos retrovisores), ele vem com uma grade frontal preta sem acabamento brilhante ou apliques cromados.

Outro detalhe que entrega a “origem humilde” do SUV é as rodas de liga leve de 16 polegadas mais simples.

Mesmo assim, o SUV preserva o aspecto imponente que cativou tanta gente.

Por dentro, o acabamento peca pela simplicidade excessiva: além de não vir com os apliques na parte superior do painel, ele abusa do plástico duro por todos os lados. Felizmente o espaço interno é bastante generoso, inclusive no banco de trás. Isso porque a distância entre eixos de 2,65 metros é a mesma do Virtus, com quem o T-Cross compartilha plataforma.

O bom motor 1.0 turbo dá conta do recado com sobras no T-Cross. Com 128 cv e 20,4 kgfm quando movido a etanol, o SUV entrega acelerações rápidas e retomadas ágeis. Somente em baixa rotação é que o conjunto perde um pouco de fôlego, especialmente em situações como saídas de lombada e reduções em subidas.

Mesmo assim, quem gosta de carro com câmbio manual não vai se queixar da caixa de seis velocidades. Além do mais, a versão com câmbio manual é R$ 21.160 a menos que a automática, que custa R$ 94.590.

A embreagem é um pouco pesada, podendo cansar o motorista em longos trechos de congestionamento. A direção é bastante direta e tem uma calibragem mais pesada, seguindo o padrão dos demais modelos da Volkswagen. Nas curvas, o T-Cross agrada pelo comportamento seguro.

Números de consumo informados pela fabricante são de 8,5 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada com etanol no tanque. Na gasolina, as marcas são de 12,2 km/l e 14,5 km/l.

Apesar de ser a versão de entrada, o T-Cross 200 TSI entrega um bom pacote de itens de série. O carro traz central multimídia VW Play com tela de 10,1 polegadas, bloqueio eletrônico do diferencial, sistema de frenagem autônoma pós-colisão, faróis de neblina com luzes de conversão estáticas, lanternas em LED, sensor crepuscular e rodas de liga leve de 16 polegadas.

Traz ainda sensores de estacionamento traseiros, vidros elétricos nas quatro portas, banco do motorista com regulagem de altura, duas tomadas 12V e sensor de pressão dos pneus.

Assim como as demais versões, o T-Cross 200 TSI traz o programa de revisões gratuitas. Portanto, o proprietário está isento de pagar pelas três primeiras manutenções – algo que pode contar pontos preciosos na decisão de compra.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também