Pré-candidato à reeleição pelo partido NOVO destinou R$ 14 milhões em emendas para Campinas e região
A campanha “Sua voz, sua vez, seu voto”, da Rede TODODIA, entrevistou o deputado federal por São Paulo, Alexis Fonteyne (Partido NOVO), pré-candidato à reeleição. Nascido em Campinas, Alexis é empresário e engenheiro por formação. Com “veia empreendedora”, defende a mudança do sistema tributário e destinou R$ 14 milhões em emendas para a Região Metropolitana de Campinas (RMC). Confira a entrevista:
TODO DIA: Alexis, gostaríamos de saber mais sobre a sua trajetória como empresário e na vida pública.
ALEXIS FONTEYNE: Eu nasci em Campinas em 1967. Sempre vivi com muita liberdade. Minha mãe chama Joana, eu falo que eu nasci na “casa da mãe Joana”, justamente o que me trouxe um espírito empreendedor, sempre procurando algo pra fazer e criando. Fiz engenharia mecânica. Desde muito criança comprava carro em ferro-velho, desmontava, montava e remontava brinquedos. Isso ajudou, inclusive, a criar máquinas e equipamentos para a minha fábrica.
A minha mãe permitia que eu fizesse isso. Construí até um carro com tubos. Eu adoro isso. Até hoje tenho uma oficina na minha casa. Eu não tinha dúvidas de que iria fazer engenharia. Sou formado em engenharia mecânica na Faculdade Industrial de São Bernardo do Campo. Em determinado momento, quis voltar a Campinas e ter filhos.
Acabei montando uma pequena empresa de pisos industriais de concreto. Em 2003, eu montei uma fábrica para fabricar revestimentos epox em Sumaré, chamada “Solepoxy”, no qual teve um crescimento muito bacana pelo Brasil todo. Essa conquista toda para chegar nessa empresa acabou me dando o conhecimento de como é difícil empreender no Brasil.
Comecei a fazer vídeos no Youtube, Facebook, mostrando o quanto o brasileiro sofre. Aquele cara que quer montar um negócio para gerar emprego e renda, ele tem como o maior inimigo dele o Estado que tanto atrapalha.
Na Câmara Federal, como tem sido seu trabalho nas comissões?
Eu trabalho em três comissões permanentes e existem algumas outras que são temporárias. As permanentes são: Comissão de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços, a Comissão de Administração, Trabalho e Serviços Públicos e a Comissão de Finanças e Tributações. Na primeira, a minha grande função é evitar que passem projetos ruins e aprovar projetos que facilitem quem quer gerar emprego como, por exemplo, o Código de Defesa do Empreendedor. A gente trabalha para facilitar a vida de quem vai montar um comércio ou uma indústria.
A segunda é para evitar um monte de leis trabalhistas ruins, na verdade é uma fábrica de subir o degrau do primeiro emprego e acaba jogando um monte de gente no desemprego. Falar que é a Comissão da Precarização das Relações Trabalhistas, na verdade ela é uma “Comissão de Geração de Desemprego”.
Lá você precisa estar muito atento para não deixar a turma criar dificuldades para empregar pessoas. A terceira Comissão a gente precisa trabalhar muito para evitar gastos públicos. Pessoal vem com mais projetos de despesa e irresponsabilidade.
Como é esse trabalho como “zagueiro” no convencimento dos colegas?
Ele (o projeto) vai para a Comissão, eu tenho uma pauta. Já tenho os comentários de cada um dos projetos. Todo projeto precisa de estrutura de acordo, assessores que já têm uma opinião prévia sobre a pauta e lá ou a gente conversa com o deputado que vai relatar o projeto para melhorar, se não vamos tentar derrubar o projeto.
Tem toda essa negociação e quando não tem nada para salvar e o projeto é ruim, a gente tenta organizar com a maioria da Comissão e poder votar contra e derrubar o projeto. É um trabalho que acontece terça, quarta e quinta.
Com relação às verbas parlamentares para a região, quais são as de destaque?
A gente mandou mais de R$ 14 milhões para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) sempre com o foco na saúde e na causa do problema da saúde. O custeio para os hospitais em investimentos com equipamentos ou custeio de máquinas para insumos que todo hospital precisa. E do lado de evitar, a gente faz esses projetos sempre focando nos resíduos e lixos. Em Campinas, mandamos um equipamento para triturar e recuperar todo resíduo da construção civil.
No total, 50% obrigatoriamente você tem de mandar para a saúde. Os outros 50% são livres e você faz o que você quiser. Eu tomei a decisão de mandar tudo para saneamento básico. Em Campinas, a maioria foi para a área da saúde, para o Caism (Hospital da Mulher), HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp, durante a pandemia foi muito importante, foi a gente que deu uma boa parte da doação para o Caism, tiveram outros deputados que também ajudaram, aqui em Americana foram duas emendas.
Teve muita coisa de Sumaré, Limeira, tiveram muitas cidades que pudemos ajudar, eu falo que é o imposto do cidadão voltando para ele.
Com esse olhar empreendedor, quais são os maiores obstáculos que o empreendedor enfrenta?
O maior inimigo do empreendedor não é a concorrência. É o Estado burocrático que regulamenta tudo, tira sua liberdade e atrapalha. O Brasil, nesse sentido, é anti empreendedorismo. Uma população tão criativa que nasce na adversidade e o Estado fica tolhendo o tempo todo as iniciativas. É terrível isso.
Quais são os ideais do NOVO que você mais se identifica?
Primeiro, o mais forte de todos, é liberdade com responsabilidade. Você ter a liberdade de fazer as coisas que você quer, mas com a responsabilidade que vem junto de modo a fazer as coisas não interferindo e machucando o meu ambiente, as outras relações trabalhistas ou a responsabilidade social.
O segundo valor somos nós que vamos fazer a diferença. Nós somos os agentes da mudança. Não espere dos outros. Faça você. Faça acontecer, senão você acaba terceirizando suas responsabilidades.
Quais ideias você tem para simplificar a tributação?
O sistema tributário brasileiro é um dos piores do mundo. Só tem uma forma de simplificar o sistema tributário, que é ter um igual ao da Europa, da Ásia, é o Imposto do Valor Agregado (IVA).
Vai ter uma obrigação que é emitir uma nota fiscal, não vai ter várias alíquotas de ICMS, não vai ter nada disso na nota fiscal, apenas uma alíquota, o IVA. Aí o brasileiro não vai ter que ficar preocupado com nada, só pegar a nota fiscal: entrada, saída, paga a diferença.
Não vai mais ter quatro sistemas tributários brasileiros, nem Micro Empreendedor Individual (MEI), Simples Nacional, Lucro Presumido e Real, vai ter só um sistema que seria o Simples e o outro que é o IVA. Hoje, o Simples Nacional é um limitador de crescimento, porque quando chega em um limite de faturamento, a empresa cria uma outra do lado, porque ela não quer sair daquele regime.
O Lucro Presumido, eu diria que é a zona da morte das empresas porque ela não é pequena para ter a proteção do Simples e nem grande para ter fretado, a gente tinha que acabar com as puxadinhas do sistema tributário, simplificar regra básica, alíquota única, de forma que a gente possa transformar o sistema tributário em algo intuitivo, todo mundo sabe fazer, você não precisa ter um bilhão de contadores para fazer planejamento tributário, acaba com isso.
No Congresso, o que mais te agradou e mais decepcionou?
O que mais me agradou foi o poder de fazer mudanças, de defender pautas que eu olhava do meu sofá e observava que ninguém falava, defendia, como a reforma tributária, ninguém entende a reforma tributária. O que me frustra como empresário que quer ver as coisas acontecerem é que dentro do processo democrático tudo é lento, me entristece que as pessoas, por mais preocupadas com o país, tenham mais uma visão de governo, do pessoal.
Isso faz parte e a única forma de resolver é que todos nós eleitores devemos assumir as nossas responsabilidades de pesquisar e votar em pessoas de qualidade. Não proteste com voto, porque o voto é um preço muito caro e quem vai pagar pela abstenção é você mesmo que achou que ia mudar alguma coisa.