quarta-feira, 24 abril 2024

Maria Giovana fiscaliza e defende combate às filas no SUS regional

Pré-candidata a deputada federal pelo PDT realiza fiscalização em unidades de saúde da região

Hoje eu me dedico a construir o partido no estado de São Paulo (Foto: TodoDia Imagem)

A Rede TODODIA realizou mais uma entrevista através da campanha “Sua voz, sua vez, seu voto”. A pré-candidata a deputada federal pelo PDT, Maria Giovana Fortunato, mulher mais votada da história de Americana, com cerca de 30 mil votos, é mãe, sanitarista e defensora do SUS (Sistema Único de Saúde). Giovana tem fiscalizado a saúde e defende o combate às filas nos hospitais da região.

Confira a entrevista completa:

TODODIA: No âmbito partidário, hoje você ocupa a vice-presidência estadual do PDT. Como se deu todo esse processo?  

MARIA GIOVANA FORTUNATO: Sempre quis fazer política partidária. O meu entendimento é de que as mulheres precisam ser candidatas, mas precisam estar dentro do partido organizando e tendo uma atuação relevante. Isso aconteceu após a minha eleição aqui em Americana. Sempre gosto de agradecer muito às pessoas que confiaram no nosso projeto porque embora a gente não tenha vencido a prefeitura, a gente teve uma aprovação muito relevante, que acabou levando ao estadual olhar por nós e entender essa liderança que vem consolidando a cada ano e a cada eleição. Ocupar esse cargo de vice- -presidência estadual do PDT de articulação política, justamente o que eu gosto de fazer. Hoje eu me dedico a construir o partido no estado de São Paulo, com ênfase na região de Campinas e tem sido uma experiência incrível. É diferente de ser candidato, um trabalho que precisa ser feito. A mudança política no nosso país vai passar pela mudança dentro dos partidos porque muitos bons candidatos, às vezes, não avançam na política porque estão rendidos aos coronéis, aos partidos e a quem manda nos partidos. Precisamos disputar as eleições, mas também sentar nas cadeiras que lideram os partidos políticos.

Comparando o seu primeiro mandato como vereadora com a realidade hoje de Americana, em quais áreas a cidade precisa se desenvolver?

Em todas. Americana é uma cidade privilegiada a nível de país. A gente tem de ser consciente disso. Moramos em uma das regiões mais ricas desse país. Por isso sou tão exigente para que a gente tenha políticas públicas descentes na nossa cidade. A gente tinha, inclusive, obrigação de ser exemplar. Nós temos dinheiro. Estamos em um lugar geograficamente muito privilegiado e o que a gente vê? Um desmonte do sistema de saúde, do SUS. Americana já viveu outros tempos na saúde. Hoje a gente sabe da dificuldade de conseguir uma consulta médica no posto e passar por um especialista. O Hospital Municipal vive nesses buracos da corrupção. No meu mandato de vereadora, denunciamos um caso grave de corrupção e já tiveram outros casos. O próprio investimento para aumentar o hospital é um dos grandes casos que veio muito dinheiro e a gente ficou com esse elefante branco, que agora todo mundo luta para reabrir. Isso tudo é vergonhoso. Eu levanto a bandeira de que não pode normalizar porque quando a gente perde essa capacidade de se indignar e começa a pensar “a política é assim mesmo, isso é Brasil”, aí pronto, está tudo perdido. Eu sou muito exigente com minha cidade, onde eu nasci e a minha família está aqui há quatro gerações. A gente pode ser melhor. Não pode faltar água para o povo. Falta água! A gente tem um rodízio que acontece em Americana injusto porque ele só acontece na periferia. Imagina que coisa maluca viver em uma das cidades mais ricas do país e saber que falta água diariamente na casa de muita gente aqui. O transporte público é um problema, não é exemplar. Precisamos elevar a régua e exigir mais. Muita coisa tem de melhorar e pode. Precisa fazer um resgate do DNA econômico e trazer um polo tecnológico. Nossa região tem um sentido geográfico e cabe um polo tecnológico têxtil. É o que faz sentido para nossa região e modernizar a cidade. A gente não vira uma cidade dormitório quando trouxer um novo sentido econômico e políticas públicas funcionando. Hoje temos uma evasão: cabeças brilhantes, pessoas que trabalharam a vida toda aqui, indo embora porque a cidade não oferece uma vida com qualidade mais.

Giovana, o que te motivou a se colocar como pré-candidata a deputada federal?

A conjuntura do nosso país. Eu entendo que o país vive um momento em que a gente não pode se furtar de disputar e tencionar caminhos alternativos ao que está dado. Me preocupa muito o caminho que estamos seguindo. Em segundo lugar, o nosso desempenho aqui em Americana (cerca de 30 mil votos como candidata a prefeita) me colocou em evidência dentro do partido. Então, o nosso grupo partidário entendia que é uma candidatura com chances reais de ganhar e uma candidatura de mulher, que esse é um dos grandes valores do PDT: o incentivo de candidaturas femininas viáveis. Eu aceitei esse desafio. Quando fazemos política não é para si mesmo. A gente faz política em grupo. Nessa decisão de grupo, acabei aceitando o desafio.

Você anunciou algumas fiscalizações na saúde da RMC e em alguns municípios fora da região. Qual o objetivo desse trabalho?

Eu faço esse trabalho de forma contínua. Sempre estou à disposição para fiscalizar e receber denúncias da saúde. Isso nunca parou: é o meu compromisso com as pessoas. A gente anunciou o que chamamos de “SOS saúde”. É a intensificação dessa fiscalização porque eu entendo que a política é a arte de saber o que é prioridade. Qual a necessidade maior do povo hoje e como articular solução para o problema. A gente intensificou esse trabalho para poder calibrar qual é o maior problema da saúde, a pauta que eu me proponho a defender com a maior força na nossa região. Ao chegar em agosto eu fiz um trabalho de campo para dizer que a prioridade da saúde na nossa região neste momento é essa. Chegar nessa conclusão no dia 16 de agosto onde podemos compartilhar um pouco mais sobre as nossas propostas.

Já tem um diagnóstico inicial que você identificou?

O que nos chamou muita atenção são as filas do SUS. Sempre tivemos fila no SUS. Mas os casos que chegaram até nós começaram a nos impactar porque eram casos mais graves. Amputações que poderiam ter sido evitadas, pessoas que passaram por um exame de ultrassom, identificaram um tumor, mas estão há oito meses na fila para saber se o tumor é benigno ou maligno. Tem a lei do tratamento de câncer, mas eles estão segurando para definir se é câncer porque se descobrir entra para o tratamento, segundo a lei que determina o prazo. Imagina uma pessoa que está há oito meses esperando. Percebemos que a fila do SUS está acentuada por conta da pandemia e isso tem de ser uma pauta prioritária. Sempre existiu uma fila razoável, que não é ideal, mas anda. Estamos lidando com uma fila que não andou por dois anos. Isso tudo tem feito a gente amadurecer um posicionamento e mais para frente propor soluções concretas em relação a essas filas do SUS. A gente acredita que elas estão matando e, se não matando, trazendo graves consequências para a qualidade de vida das pessoas. Tivemos um crescimento grande de amputações porque, em geral, o diabetes descontrolou e os postos ficaram fechados. A gente ainda está lidando com as consequências dessa pandemia. A situação da saúde mental, que já era grave, se agravou ainda mais. Estamos indo a fundo nisso para poder entender e como ajudar regionalmente nessa pauta.

E a violência contra a mulher?

A violência contra a mulher é um dos grandes temas que ficaram ainda mais evidenciados com a pandemia e aumentou. A gente tem articulado grupos de mulheres na região para ouvi-las e entender as dificuldades. E, como sempre, quando ouvimos o povo descobrimos onde está o problema maior do momento. Uma reclamação de 100% das mulheres é sobre o atendimento das delegacias que acaba se tornando uma outra violência por despreparo das equipes em receber, acolher e respeitar aquele boletim de ocorrência. Ou ter um amparo além dali. É preciso respaldo e garantir a segurança dessas mulheres.

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