
Um grupo de amigos e entusiastas por preservar a história do lugar onde nasceram, ou escolheram viver, é o responsável por preservar boa parte da história de Sumaré e, consequentemente, da Região Metropolitana de Campinas.
Foi em 2004 que os historiadores Alaerte Menuzzo, Francisco Antonio de Toledo, Ulisses Pedroni e Leovigildo Duarte Júnior (in memoriam) fundaram a Associação Pró-Memória de Sumaré. Localizada no coração do município, em um edifício de 1913, onde funcionou a Sub-prefeitura de Rebouças, tombado pelo patrimônio histórico, a associação começou com a responsabilidade de manter e preservar o acervo do Centro de Memória, fundado em 1991. Atualmente, além do acervo herdado, recebe itens de moradores, a partir do princípio de reunir documentos que contem a história do município.
São cerca de 250 mil papéis e mais de 150 mil fotografias digitalizadas, livros impressos e manuscritos, documentos, que passam por processos de catalogação e digitalização, ficando disponíveis à consulta da população.
O acervo da associação é formado por mais de 13 mil edições de jornais de Sumaré, além de documentos raros, como o Livro de Ata do Conselho Econômico da Associação Culto à Ciência, de Campinas, de 1862, e a planta da área central de Vila Rebouças, de 1939. A Associação também reúne os documentos do Cemitério Municipal, com registros de sepultamentos desde o início do século XX. A Pró-Memória possui ainda um acervo fonográfico com aproximadamente 7 mil exemplares.
“O primeiro parceiro foi a Associação dos Engenheiros de Sumaré. Nós conseguimos uma sala cedida por eles e lá alocamos o material do já existente Centro de Memória. Na sequência, ocupamos um prédio da Câmara e recebemos uma doação da Prefeitura, com documentos vindos de Campinas da época quando Sumaré ainda era distrito. Temos documentos diversos desde 1910. Por eles, podemos saber, por exemplo, quem foram os primeiros comerciantes e, consequentemente, os primeiros migrantes de Sumaré”, comenta o historiador Alaerte Menuzzo, um dos fundadores do espaço.
Linha do tempo – De Quilombo a Sumaré
1979 – Documentos oficiais mencionam uma sesmaria, que menciona o Ribeirão Quilombo como uma referência geográfica.
1868 – 26 de julho de 1869 é considerado o marco de surgimento de Sumaré, quando teria sido construída uma capela dedicada à Nossa Senhora de Sant’Anna. A região era constituída por fazendas cafeeiras.
1875 – É inaugurada a estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Chamada Rebouças, a estação homenageia o engenheiro Antônio Pereira Rebouças Filho, que projetou a malha ferroviária paulista e paranaense.
1909 – O vilarejo, inicialmente chamado Quilombo e, posteriormente, Rebouças, passa a ser oficialmente Distrito de Paz de Campinas.
1934 – Inauguração do serviço de abastecimento de água. O distrito já contava com um comércio diversificado e pequenas fábricas.
1945 – O nome Sumaré é escolhido para substituir Rebouças, uma vez que já existia uma cidade no Paraná com o mesmo nome. A escolha foi realizada por meio de um plebiscito, em homenagem a uma espécie de orquídea comum na região.
1953 – Em 1º de janeiro, Sumaré é emancipada de Campinas.
1964 – O município é elevado à condição de Comarca.
Décadas de 60 e 70 – O desenvolvimento industrial da cidade faz com que a população apresente crescimento de quase 400% e Sumaré começa a se desenhar como a segunda maior da Região Metropolitana de Campinas.
1991 – O então distrito de Hortolândia se emancipa de Sumaré.
2024 – Sumaré completa 156 anos com população estimada em mais de 279 mil habitantes, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com orçamento municipal de mais de R$ 1,36 bilhão para o próximo ano.





