Representante do ex-vice-presidente da Ponte Preta Marco Antonio Eberlim na ação que cancelou a autorização de venda do estádio Moisés Lucarelli aprovada pela assembleia de sócios em 2009, o advogado Filipe Orsolini Pinto de Souza afirmou que novos desdobramentos podem ser buscados dentro da estrutura de poder da Macaca e punir os autores do processo de autorização.
“(…) O autor da ação espera que os responsáveis pelos atos contrários ao Estatuto Social e à legislação vigente, notadamente aquele que homologou resultado manifestamente ilegal e aquele que eventualmente tenha assinado contrato com a Gafisa, sejam investigados, processados e punidos no seio associativo e nas demais esferas cabíveis, sem prejuízo do direito de defesa, para proteção da Associação Atlética Ponte Preta”, disse o advogado em texto publicado no site Só Dérbi.
De acordo com o advogado, argumentos enumerados pelo presidente do Conselho Deliberativo, Tagino Alves dos Santos não se sustentam com uma análise criteriosa, como por exemplo o fato do clube ainda não ter sido intimado. “(….) De fato, a decisão ainda não foi publicada oficialmente em Diário Oficial, mas é pública e já está disponível no site oficial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo desde 8 de outubro de 2018”, disparou.
Para ele, o Conselho Deliberativo da época homologou o resultado de maneira contrária a legislação e violou os seus deveres de respeito ao Estatuto Social e diante disso é passível de punição e até de eliminação do quadro associativo das pessoas envolvidas.
Para o advogado, a manutenção da reunião do Conselho Deliberativo do dia 4 de maio de 2009 não afeta a decisão judicial, porque aquilo que foi anulado foi a Assembleia de Sócios, que é segundo o estatuto é quem dá a palavra final sobre a autorização de venda. E a investigação, na visão do advogado, precisa continuar.
“Se houve qualquer tipo de contrato com a Gafisa, este ato também há de ser investigado, pois, salvo melhor juízo, jamais houve autorização do Conselho Deliberativo ou dos associados para que negociassem a Arena Ponte Preta com a Gafisa. Os responsáveis devem ser responsabilizados, respeitado o direito de defesa, e até serem eliminados do quadro associativo”, arrematou.
A diretoria da Ponte Preta afirmou por intermédio de sua assessoria de imprensa que sua posição não é da instituição e sim da Justiça, ou seja, a de que a Assembleia de Sócios foi realmente cancelada, mas a reunião do Conselho Deliberativo do dia 4 de maio de 2009 continua válida.