Com intensidade, velocidade e marcação sob pressão, a equipe de Roberto Mancini passou à semifinal da Eurocopa e manteve 100% de aproveitamento no torneio
A vitória por 2 a 1 sobre a Bélgica nesta sexta-feira (2) representou a volta da seleção italiana ao protagonismo. Com intensidade, velocidade e marcação sob pressão, a equipe de Roberto Mancini passou à semifinal da Eurocopa e manteve 100% de aproveitamento no torneio.
Trata-se de algo além do resultado em campo. Há também o aspecto moral para o país, que não conseguiu sequer se classificar para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Uma falha que se tornou um trauma nacional
Na próxima terça-feira (6), a Itália vai buscar uma vaga na final contra a Espanha, que também nesta sexta se classificou ao passar nos pênaltis após empatar com a Suíça.
Para a Bélgica, número 1 do ranking da Fifa e uma das principais favoritas ao título, ficou o gosto amargo de cair pelo tamanho mais uma vez. Em 2016, a seleção também foi eliminada nas quartas de final, mas por País de Gales. A campanha no Mundial dois anos depois, quando terminou em 3º, serviu como redenção.
A Copa do próximo ano, no Qatar, será a última oportunidade para a melhor geração do futebol belga na história. Com média de 28,7 anos entre os convocados, era o elenco mais velha desta Eurocopa e o técnico Roberto Martínez terá de iniciar um processo de renovação, caso permaneça no cargo.
Em campo, a Bélgica não abriu o placar no primeiro tempo por causa de defesas de Donnarumma em finalizações de De Bruyne e Lukaku. Parecia que o time vermelho sairia na frente, mas a Itália se impôs em campo com inversões de jogo e velocidade nos passes. Em uma saída errada de bola, Nicolo Barella acertou chute cruzado e colocou os italianos em vantagem aos 31.
Insigne tentou um arremate colocado e de curva no ângulo, mas colocou muita força e a bola saiu. Na segunda tentativa da mesma finalização, aos 44, ele acertou o ângulo direito para fazer 2 a 0.
Era tudo o que a Itália, dona de um sistema de marcação eficiente e velocidade para contra-atacar, queria. Mas segundos antes do intervalo, Di Lorenzo derrubou Doku, substituto do lesionado Eden Hazard, na área. Lukaku converteu.
O centroavante manteve sua média. Como atacante da Internazionale, ele já havia anotado em todos os quatro jogos que havia feito até então contra Donnaruma, do Milan.
Poderia se esperar uma pressão da Bélgica no segundo tempo. Ledo engano. A não ser por lances individuais de Doku pela esquerda, a Itália dominou o jogo e não pressionou porque não precisava, mas teve o controle da bola. E quando teve oportunidade, Lukaku perdeu uma chance incrível e, praticamente em cima da linha, não conseguiu tocar para o gol.
A Bélgica só teve sossego para trocar passes no campo de defesa, quando seu rival já estava posicionado na marcação. A Itália também ameaçou em contragolpes que só não foram mais eficientes por falhas no arremate decisivo.
Houve também um sabor de revanche para Mancini, o homem que fez renascer a seleção italiana. O único confronto decisivo que teve até esta sexta com Martínez havia sido na final da Copa da Inglaterra de 2013. Então técnico do favoritíssimo Manchester City, o italiano perdeu para o pequeno Wigan do espanhol.
A Itália está também a 180 minutos (sem contar possíveis prorrogações) de repetir 1968, quando conquistou o título europeu pela única vez. Chegou à decisão em 2012, mas foi goleada por 4 a 0 pela Espanha, a adversária da próxima semifinal.
Neste sábado (3), acontecem as duas últimas quartas de final. Às 13h, se enfrentam Dinamarca e República Checa. Às 16h, Inglaterra e Ucrânia. Os jogos serão transmitidos pelo SporTV.