O diretor jurídico do União Barbarense, Régis Godoy, afirmou ontem que o clube aposta na tramitação dos processo na esfera criminal após o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) ter absolvido o técnico Claudemir Peixoto e oito jogadores que atuaram pela agremiação na Série A-3 do Paulistão e que eram acusados de manipulação de resultados. O tribunal inocentou os acusados por falta de provas.
“Foi instaurado inquérito criminal. Existe inquérito em São Paulo para apurar o crime de manipulação de resultados e esse processo do União foi inserido naquele já existente. É um procedimento longo até porque alguns dos envolvidos residem em outros estados”, afirmou Godoy. “O julgamento do TJD é na esfera esportiva e tem pouca formalidade ou até investigação mais aprofundada. Os atletas nem sequer foram intimados a comparecer ao julgamento”, lamentou o advogado.
Em comunicado emitido no final da tarde de ontem, o presidente Jairo Araújo, em nome da diretoria, também lamentou o desfecho do julgamento e aguarda que a história mude de rumo.
Um dos delatores, o lateral direito Alex, chegou a alterar seu depoimento. Ele confirmou o esquema, mas disse que foi coagido a falar. Já o zagueiro Magnun sequer compareceu ao julgamento.
“No processo constam 02 (dois) relatórios produzidos pela empresa Sports Radar, que monitora indícios de manipulação no esporte, apontando suspeitas sobre dois jogos da União Barbarense: derrota para a Portuguesa Santista por 3 a 0, em 24 de fevereiro, e empate com o Velo Clube, em 3 de março, e mesmo assim consideraram irrelevantes pela comissão”, apontou a nota assinada pela diretoria do Leão da 13.
Para o clube, não há justificativa para a absolvição se o Tribunal suspendeu preventivamente por 30 dias os atletas e o ex-treinador. “Aguardaremos o desfecho na esfera criminal, onde possuem poderes de intimação e também onde depoimentos não podem ser alterados, sob pena de serem processados por crime de falso testemunho”, completou.
De acordo com informação da FPF (Federação Paulista) repassada ao TODODIA, tanto o procurador do caso, Vinicius Marchetti De Belli Mascaretti quanto as partes interessadas (jogadores e o ex-técnico), podem recorrer da decisão ao tribunal pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
O CASO
O julgamento começou em 16 de julho, quando o treinador em questão apresentou novas provas em sua defesa e recebeu prazo para anexá-las em processo.
O caso estourou no final de março. Dirigentes do União fizeram um BO (boletim de ocorrência) na Polícia Civil. A denúncia citava o técnico e oito atletas, em que os envolvidos teriam recebido R$ 40 mil. Os diretores gravaram conversa com dois atletas que teriam sido procurados para receber dinheiro em troca de combinar o resultado.
Além de Claudemir Peixoto estariam envolvidos os goleiros Tiago Luis e Whadson, o lateral-direito Alex, os laterais esquerdo Lincon e Souza, o zagueiro Magnun e os atacantes Wilker e Rafael Magalhães.