
A 100ª Corrida Internacional de São Silvestre, realizada nesta quarta-feira (31), confirmou o favoritismo africano, mas marcou a melhor performance coletiva do Brasil nos últimos anos.
Destaques
Na elite masculina, o etíope Muse Gizachew venceu em um sprint final na Avenida Paulista, enquanto no feminino, Sisilia Panga, da Tanzânia, liderou de ponta a ponta.
O destaque nacional ficou para Fábio Jesus Correia e Núbia de Oliveira, que asseguraram o terceiro lugar em suas respectivas categorias.
Disputa acirrada na Elite Masculina
A prova masculina foi decidida apenas nos últimos 200 metros. O etíope Muse Gizachew e o queniano Jonathan Kipkoech mantiveram-se alternando a liderança durante os 15 km. Gizachew registrou o tempo oficial de 1h08min38s, superando Kipkoech por apenas quatro segundos.
O ritmo foi intenso desde a largada, com o pelotão de elite cruzando os primeiros 5 km abaixo da marca prevista pelos analistas técnicos.
Bronze nacional
O brasileiro Fábio Jesus Correia consolidou-se como o melhor fundista do país na atualidade ao cruzar a meta em 1h09min15s.
Correia manteve o contato visual com os líderes até o trecho final da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde sustentou o ritmo para garantir o terceiro lugar.
O resultado é o melhor desempenho brasileiro masculino desde 2010, reforçando o nome do atleta para as competições internacionais do próximo ano.
Hegemonia da Tanzânia
Na categoria feminina, não houve disputa direta pela liderança após o primeiro terço da prova.
A tanzaniana Sisilia Panga estabeleceu uma vantagem confortável ainda no Centro Histórico, finalizando o percurso com 51min09s.
A queniana Cynthia Chemweno ficou com a segunda posição (52min30s), sem ameaçar o tempo de Panga, que estabeleceu um dos ritmos mais consistentes da última década na São Silvestre.
Repetição de marca histórica
Pelo segundo ano consecutivo, Núbia de Oliveira Silva colocou o Brasil no pódio feminino.
Com o tempo de 52min42s, a baiana de 23 anos demonstrou maturidade técnica ao administrar a distância para o segundo pelotão e focar na manutenção da terceira colocação.
A performance de Núbia mantém o país em evidência na elite, embora o jejum de vitórias brasileiras na categoria feminina complete 19 anos.
Edição centenária
A organização da prova registrou 35 mil inscritos para a edição comemorativa.
O percurso de 15 km, embora clássico, exigiu atenção redobrada dos atletas devido à humidade relativa do ar.
Em termos financeiros, a premiação recorde de R$ 62,6 mil para os campeões atraiu um dos pelotões de elite mais competitivos da história recente.
Os brasileiros Fábio Jesus Correia e Núbia de Oliveira devem receber R$ 20 mil cada pela terceira colocação.
Impacto para o atletismo nacional
Os resultados da 100ª edição são vistos com otimismo pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Ter dois brasileiros no pódio (3º lugar masculino e feminino) na edição do centenário é um marco estatístico importante para o desporto nacional.
O desempenho de Fábio Jesus Correia e Núbia de Oliveira sinaliza uma evolução no treino de fundo no Brasil, visando reduzir a diferença de tempo para os atletas do leste africano.





