Com o placar em 0 a 0 aos 15min do segundo tempo, um torcedor iniciou o grito que se espalhou pela Vila Belmiro: “um, dois, três, coloca o japonês!”.
Seis minutos mais tarde, o técnico Emerson Leão atendeu aos pedidos, e o meia japonês Masakiyo Maezono entrou em campo. Era sua estreia. Na primeira vez em que tocou na bola, fez o gol que abriu o placar contra a Portuguesa, pelo Brasileiro de 1998. O estádio quase veio abaixo.
Maezono não voltou a balançar as redes na passagem que durou quase três meses pela equipe. Mas a receptividade do Santos a jogadores do Japão nas décadas de 1980 e 1990 passou longe de ser experiência isolada.
Foram quatro no total. Nenhum clube da atual Série A teve tantos nomes de origem japonesa no seu elenco.
Em fevereiro de 2020, Keisuke Honda desembarcou no Rio de Janeiro com festa de torcedores para defender o Botafogo, adversário do time paulista hoje, às 18h15, pela 11ª rodada do Brasileiro. O jogo será no estádio Nilton Santos.
O meia da equipe carioca tem feito apresentações irregulares até agora, mas conta com o carinho da torcida. Na quinta (17), ele foi escalado mais avançado por Paulo Autuori e teve atuação decisiva na vitória contra o Vasco, pela Copa do Brasil.
O pioneiro entre os japoneses no Santos foi Kazuyoshi Miura, o Kazu. Ele chegou ao Juventus em 1986, porque cismou que precisava atuar no Brasil depois de ver a Copa de 1982. Poucos meses depois, foi contratado pelo Santos, mas teve poucas chances.
Um ano após a saída de Maezono, em 1999, o treinador Emerson Leão indicou para os dirigentes a contratação do volante Tomo Sugawara.
Em um dos primeiros treinos, o recém-chegado deixou bem claro qual era seu ponto forte. Entrou em uma dividida com o lateral Baiano, ambos de carrinho, com as travas da chuteira a espremerem a bola.
Leão gostava tanto do jogador que, após a estreia dele, contra o Mogi Mirim, disse que Sugawara havia “comido a bola”. Mas foi seu único momento de brilho.
O Santos também teve no elenco, por algumas semanas em 1985, o meia Musashi Mizushima, mas ele não teve chances no profissional.