terça-feira, 1 julho 2025

Falha de gestão afasta Robert

Uma falha de gestão do gerente de futebol Marcelo Barbarotti pode ter interrompido a passagem do armador Robert, 21, no estádio Moisés Lucarelli. O atleta, revelado pelo Fluminense, foi desligado pela Ponte Preta na segunda-feira, após não comparecer ao treinamento realizado no mesmo dia. O problema é que o ato foi divulgado pela assessoria da Macaca como uma quebra de contrato, quando na verdade o vínculo ainda não tinha sido formalizado entre as partes.

Na primeira versão informada para a imprensa, a diretoria pontepretana alegou que no contrato de três meses, Robert aceitou a condição imposta de que qualquer ato indisciplinar acarretaria no cancelamento do contrato. A mãe do jogador, Silvana Gonçalves tem uma versão diferente e defende que não ocorreu ato de indisciplina, pois o contrato sequer tinha sido assinado.

Por entender que o filho precisava de um novo espaço para trabalhar, Silvana entrou em contato com um conselheiro da Ponte Preta (ela não quis divulgar seu nome), que fez um pedido ao presidente do clube, José Armando Abdalla Junior e ao presidente de honra, Sérgio Carnielli, para que Robert ganhasse uma chance de vestir a camisa da Ponte Preta.

Após as tratativas, tanto Silvana como Robert estiveram em Campinas para viabilizar a negociação com o gerente de futebol, Marcelo Barbarotti. Silvana assegura que não conheceu pessoalmente Abdalla ou Carnielli. Em contato com a reportagem, a assessoria de imprensa da Ponte Preta afirmou que Abdalla estava na Rússia na época da negociação, mas admitiu que houve indicação para contratação por parte do presidente de honra.

Após o acerto verbal do tempo de contrato, de três meses, Robert passou a treinar a espera dos exames médicos e da assinatura de contrato.

Os problemas surgiram, de acordo com Silvana, devido ao fato do gerente pontepretano nunca ter lhe passado uma minuta por escrito do contrato para verificação, além da falta de perspectiva sobre o que aconteceria caso Robert fosse aprovado após os 90 dias de trabalho. “A verdade é que foram precipitados ao anunciarem a contratação do meu filho”, disse Silvana.

HOTEL EM CAMPINAS
Quanto à saída do hotel, no domingo, Silvana afirmou que o combinado era de que ele permaneceria no local até que fosse encontrado um apartamento para ele. Todos os gastos no hotel ficariam sob a responsabilidade da Ponte Preta.
Como o contrato venceu no domingo e sua família não tinha condições de pagar uma extensão da estadia, ele tirou suas coisas do hotel e foi embora. Ela afirma que a gerência de futebol da Ponte Preta não esclareceu se existia um imóvel em vista.

“Quero deixar claro que não temos nada contra a Ponte Preta. Fomos muito bem tratados e entendíamos que a Ponte Preta seria uma grande vitrine para o seu futebol. (…) Se ele tivesse entrado em campo e atuado por dois jogos com a camisa da Ponte Preta, tenho certeza de que a história seria diferente”, afirmou Silvana.

A diretoria de futebol profissional da Ponte Preta, por sua vez, adotou um tom mais burocrático em novo comunicado ontem. “O meia Robert, que chegou ao Majestoso na semana passada e assinaria contrato de três meses com a Ponte Preta, não apareceu no treinamento desta segunda (dia em que inclusive assinaria o contrato) e retirou seus pertences do Majestoso sem dar satisfações à instituição. Desta forma, em virtude do ato considerado indisciplina, a Ponte não efetivará o contrato com o atleta”, disse a diretoria por intermédio da assessoria de imprensa.

A nota, no entanto, não faz qualquer menção sobre a assinatura do contrato.

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