Considerado ídolo da Ponte Preta a partir do gol feito diante do Velez Sarsfield (ARG), na Copa Sul-Americana de 2013, o volante Fernando Bob, hoje no Minnesota United, dos Estados Unidos, é outro que decidiu entrar com ação trabalhista contra a Ponte Preta. Em ação impetrada no dia 28 de junho deste ano a qual o TODODIA teve acesso, o atleta reivindica o cumprimento do salário estabelecido no contrato de fevereiro a dezembro do ano passado. Ao contar todos os pedidos, o jogador pede um valor de R$ 1,140 milhão. Além de Bob, outros ídolos têm ações contra o clube, como os goleiros Aranha e Roberto Volpato, o armador Renato Cajá e o lateral direito Nino Paraíba.
Assinado pelo advogado João Henrique Chiminazzo, a ação de Fernando Bob conta que o clube topou pagar o salário pretendido pelo atleta, desde que acontecesse a divisão do pagamento em duas partes. “(…) Como salário, ficou acordado que o Reclamante receberia a importância de R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais). Todavia, o reclamado impôs que parte deste valor seria paga por fora, por meio de um famigerado Direito de Imagem, o que será melhor abordado em tópico específico. Desta forma, no Contrato Especial de Trabalho Desportivo constou salário de R$ 105.000,00 (cento e cinco mil reais) e no famigerado Contrato de Imagem o valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais)”, afirmou a petição.
O advogado, em determinado passagem do texto encaminha acusações contra a conduta do clube. “(…) Na relação entre as partes o que causa maior espécie é a forma fraudulenta com que parte do salário do atleta era paga. O Reclamado tentou camuflar parte do salário do Reclamante como “Direito de Imagem”, prática habitual entre os clubes de futebol, justamente para burlar a lei e pagar menor tributação, além de fugir do pagamento de FGTS, INSS, e demais verbas sociais, além de deixar de pagar as verbas rescisórias (…)”.
Pelo acordo, Fernando Bob recebia o valor de R$ 105 mil registrados na carteira de trabalho e R$ 70 mil pelos direitos de imagem. A ação judicial afirma que não foram pagos os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, o que totaliza R$ 280 mil.
Quanto as verbas rescisórias, Fernando Bob pede a Justiça Trabalhista o pagamento de R$ 308.875. Ação também pede o cálculo de verbas rescisórias sobre o direito de imagem na vigência do contrato, o que daria R$ 194.716,66. Existem ainda outras reivindicações no que se refere ao pagamento de multas e que viabilizam um total de 1.140.332,07.
O responsável pela defesa da Ponte Preta, João Felipe Artioli afirmou que não poderia tecer comentários mais detalhados porque o clube não foi intimidado a apresentar sua defesa. Ele assegura que todos os trâmites foram cumpridos no contrato de Fernando Bob, inclusive a proporção para pagamento no salário em carteira de trabalho e direito de imagem, algo estabelecido e determinado pela Lei Pelé.
A diretoria admitiu no início desta temporada que fechou 2017 com um rombo de R$ 10 milhões.