A Justiça americana condenou ontemo ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin, 86, a 48 meses de prisão e a pagar multa de US$ 1,2 milhão por receber propinas e lavar dinheiro no escândalo de corrupção da Fifa.
Marin foi condenado depois de um julgamento de 3 horas pela juíza Pamela Chen, que ordenou ainda o confisco de US$ 3,3 milhões do cartola.
Dos 48 meses estipulados inicialmente, Marin terá que cumprir apenas 28. Sete foram removidos da sentença por bom comportamento e outros 13 meses que o cartola já está preso devem ser computados.
A multa de US$ 1,2 milhão será dividida em seis parcelas, que começarão a ser pagas seis meses depois de 20 de novembro, quando a juíza fará nova audiência para decidir sobre a restituição.
As acusações no chamado Fifagate englobam ações de suborno, fraudes e de lavagem de dinheiro. Os cartolas teriam recebido pagamentos ilegais, que começaram em 1991 e atingiram duas gerações de dirigentes e executivos, que movimentaram mais de R$ 564 milhões.
Parte desse dinheiro foi pago para obtenção de vantagens por empresas para terem os direitos de transmissão de partidas das eliminatórias do Mundial.
RESTITUIÇÃO
A CBF não pediu restituição dos valores que teriam sido desviados pelo ex-presidente José Maria Marin no caso Fifagate.
Pelo cronograma da Justiça de Nova York, a CBF tinha até o dia 6 de agosto para submeter um documento dizendo ser vítima dos crimes cometidos por Marin, cuja sentença foi publicada ontem.
A corte nova-iorquina, porém, não recebeu nenhuma solicitação da confederação brasileira.
Fifa, da Concacaf (confederação das Américas Central e do Norte) e da Conmebol (confederação sul-americana) oficializaram pedidos para receber restituições por desvios por seus dirigentes, que foram apontados na investigação das autoridades dos EUA.