Fechado para reformas desde 2023, o Museu do Futebol reabre suas portas nesta sexta-feira (12). O espaço está localizado no Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo. Renovado e ampliado, o museu traz novidades em suas atrações, ganhou novas salas, aprimoramento de recursos de acessibilidade e interação, além de um espaço dedicado ao ícone do futebol brasileiro: Pelé.
As obras de revitalização são oriundas de um projeto concebido há mais de dois anos. O investimento total foi de R$ 15,8 milhões, custeado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo.
Marcando o início de uma nova fase para a instituição, o trabalho envolveu o licenciamento de mais de 1,5 mil imagens, a produção de mais de 60 vídeos e a criação, revisão e tradução de 136 novos textos.
Coordenado pelos curadores Leonel Kaz, Marcelo Duarte e Marília Bonas, o museu teve a direção artística da cineasta Daniela Thomas e Felipe Tassara, com comunicação visual de Jair de Souza.
“O museu agora se aprofunda. Ele traz temáticas mais contemporâneas, como as identitárias e as temáticas da presença do povo brasileiro anônimo dentro da construção do desenvolvimento cultural e econômico do país. Traz também a presença do futebol feminino com intensidade”, disse Leonel Kaz, em entrevista à Agência Brasil.
O espaço não terá salas específicas para tratar sobre futebol feminino, racismo, xenofobia, mas construirá diálogo e trará a temática em diversos espaços, como na Sala das Origens, Sala das Copas e na própria fachada, que foi decorada em alusão à Copa do Mundo de Futebol Feminino que será realizada no Brasil em 2027.
Marcelo Duarte, também curador do museu, explicou a intenção do projeto. “Não queríamos perder todo o conceito que já existia. Ele é um museu que foi inaugurado há 15 anos, mas continua muito moderno até hoje. Só que, naquele tempo, ninguém dava a devida importância ao futebol feminino. A gente não falava sobre, embora já existisse, o racismo no futebol. Era um museu muito voltado ao futebol masculino e que tinha pouca representatividade. A ideia era mudar tudo isso e trazer o futebol para um mundo mais moderno.”
O Museu do Futebol é um dos mais visitados da capital do estado. Entre os anos de 2022 e 2023, por exemplo, mais de 675 mil pessoas visitaram o local.
Para celebrar a reinauguração, a visitação será gratuita nos dias 12, 13 e 14 de julho. Às terças-feiras, a entrada também será franca para os visitantes. O site www.museudofutebol.org.br está disponível para obtenção de mais informações.
SALA PELÉ
O maior jogador de futebol de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, falecido em dezembro de 2022, recebeu uma homenagem especial no museu.
Na Sala Pelé, a trajetória do ex-jogador, que construiu sua carreira principalmente no Santos e acumulou três Copas do Mundo no currículo, é contada por meio de vídeos, fotografias e objetos. Inclusive, a camisa vestida por ele na final da Copa de 1970 estará exposta.
“O Pelé é um fenômeno único. Onde ele passava, tudo parava. Tinha um carisma extraordinário. Foi um garoto que, com 17 anos, ganhou a Copa do Mundo, passando a representar alguma coisa que era uma esperança, um companheirismo dentro do jogo. Ele nunca foi um jogador de individualidade. Ele sempre jogou com o todo da equipe. Representa o gesto comunitário brasileiro, que é muito raro. Representa algo que o brasileiro sonha. Alguém que, pelo esporte, pela inteligência e capacidade de lidar com o outro, foi capaz de demonstrar que o brasileiro era alguma coisa. O Pelé surge em um momento histórico, após a derrota da Copa de 50, junto com um time inacreditável, mas acaba se transformando em mito”, ressaltou Leonel Kaz.
