O jogo que marcou a eliminação da Ponte Preta da Copa do Brasil na noite da última terça-feira (12), contra o Aparecidense-GO, em Aparecida, deverá parar nos tribunais. Derrotado por 1 a 0, o clube campineiro irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a anulação da partida em virtude de interferência externa sobre a arbitragem -o que é proibido pelas regras da competição.
A eliminação da Ponte Preta contou com ares dramáticos no fim da partida e muita polêmica. Depois de Uéderson abrir o placar a favor do Aparecidense ainda na etapa inicial, a Ponte Preta chegou a (quase) empatar a partida aos 44min do segundo tempo, mas o gol não valeu.
O atacante Hugo Cabral, que havia entrado no intervalo, aproveitou rebote e mandou a bola para as redes, mas em posição de impedimento. O gol, inicialmente, foi validado, e jogadores, comissão técnica e até diretoria do Aparecidense partiram para cima do árbitro, que solicitou policiamento.
Depois de alguns minutos, o árbitro Léo Simão Holanda (CE) voltou atrás e cancelou o gol da Ponte Preta, agora gerando revolta dos jogadores do time paulista e precisando mais uma vez de policiamento. O jogo ficou paralisado por 16 minutos até ser reiniciado.
“Ficou claro que árbitro corrigiu um erro com outro, porque havia validado o gol e só voltou atrás por interferência externa, o que pela regra não pode. VAR só tem na fase final e a TV tem imagem do delegado da partida entrando no campo, falando com árbitro e assistente, quarto arbitro. É nítido que as regras foram quebradas”, diz o executivo de futebol Marcelo Barbarotti.
Imagens do canal Sportv mostram o auxiliar Samuel Oliveira da Costa, responsável pelo lance que gerou polêmica, se aproximando do delegado da partida, Adalberto Greco, que coloca a mão na frente da boca e diz algo. O assistente, então, segue em direção ao árbitro da partida.
O departamento jurídico da Ponte Preta já está levantando todas as imagens e áudios para acionar o STJD o mais rápido possível. O dirigente chegou a citar o caso que envolveu a final do Paulistão de 2018, em que o Palmeiras tentou impugnar o jogo contra o Corinthians alegando interferência externa. Após duas negativas do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo, o STJD analisou e arquivou o pedido alviverde.
“A Copa do Brasil é apontada como a competição mais democrática do país, mas as regras precisam ser seguidas. Ninguém está discutindo o impedimento em si e sim interferência do delegado da partida. Tivemos algo similar na final do Paulista e temos a convicção que fomos prejudicados ontem. Estamos pedindo a anulação em respeito ao clube e ao torcedor, em busca de uma moralização. O delegado não tinha esse direito”, completou Barbarotti.