Em reunião do Conselho Deliberativo realizada na noite de segunda-feira, no Salão Nobre do estádio Moisés Lucarelli, o presidente de honra da Ponte Preta, Sérgio Carnielli, escancarou a crise política do clube. Ele disparou críticas à atual gestão comandada por José Armando Abdalla Júnior.
Figuras importantes não compareceram, como o próprio presidente do Conselho, Tagino Alves dos Santos, que alegou encontrar-se em consulta médica, e o diretor jurídico Giuliano Guerreiro que estava em viagem ao continente europeu, conforme carta enviada ao Conselho Deliberativo. Além de Carnielli, esteve no encontro apenas o vice-presidente Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que todos diziam que era o seu candidato para assumir a Ponte Preta antes da escolha por Abdalla. A reunião foi presidida pelo advogado Pedro Maciel Neto.
O diretor financeiro, Gustavo Valio, Abdalla e outros componentes da diretoria ficaram em outra parte do salão, sem entrar em contato com o presidente de honra.
Antes da reunião, a reportagem do TODODIA apurou que houve uma discussão acalorada entre Carnielli e Valio. Na hora dos debates, Carnielli tomou o microfone e disse que não era verdadeira a informação de que não tinha colocado valores na Ponte Preta em 2018.
Carnielli disse que R$ 2,3 milhões foram depositados na conta da Ponte Preta para viabilizar as inscrições do Campeonato Paulista e também as obrigações trabalhistas referentes à gestão passada. Abdalla não seu pronunciou.
Carnielli não falou sozinho. Ao tomar o microfone, o ex-presidente Marcos Garcia Costa fez duras críticas à conduta de Carnielli e fez um apelo para que parasse de sempre mencionar a dívida que o clube tem com ele. Segundo ele, o ideal seria que abrisse mão da quantia que depositou no clube, algo que tem precedente histórico, pois pontepretanos já teriam até rasgado promissórias como prova de que não iriam cobrar dívida do clube.
Para terminar, requerimentos foram encaminhados e cujas respostas devem ser apresentadas na próxima reunião. Em uma delas, existe o pedido para que ocorra esclarecimento sobre a apresentação do balanço trimestral e também sobre a composição do Conselho Fiscal, após a renúncia da empresária Adriana Flosi.
O requerimento pede ainda informações sobre aquilo que foi arrecadado da venda de atletas como Thiaguinho, Yuri, Felipe Cardoso, Emerson, Bruno Silva e Igor Maduro.
O documento cobra a informação se ocorreu pagamento a terceiros. Outra indagação é sobre a falta de nomeação de um novo diretor de futebol após a licença de Ronaldão.
Outro pedido é sobre os critérios médicos adotados para que Luís Fabiano não firmasse contrato com a Macaca. Para terminar, o requerimento pede informações sobre as contratações não concretizadas de Caio Rangel, Marcinho, Robert, Adílson Goiano, Cristaldo e Luis Fabiano. A próxima reunião do Conselho Deliberativo deve acontecer no dia 25 de outubro.