A final das Olimpíadas será no sábado (7), às 8h30, no Estádio Internacional de Yokohama, contra Japão ou Espanha, que definem o classificado ainda hoje
O Brasil venceu o México por 4 a 1 nos pênaltis depois de empate sem gols no tempo normal e na prorrogação e se classificou no início da manhã desta terça-feira (3) para a final do futebol masculino nas Olimpíadas de Tóquio. O gol decisivo foi marcado por Reinier, em Kashima.
Santos defendeu a cobrança de Eduardo Aguirre e viu Johan Vásquez acertar a trave — Carlos Rodríguez foi o único que acertou pelos mexicanos. Daniel Alves, Gabriel Martinelli, Bruno Guimarães e Reinier marcaram pelo Brasil. É a terceira final seguida de Jogos Olímpicos do Brasil, que defende o ouro conquistado na Rio-2016.
A final das Olimpíadas será no sábado (7), às 8h30, no Estádio Internacional de Yokohama, contra Japão ou Espanha — que definem o classificado ainda hoje, a partir de 8h. Já a disputa pela medalha de bronze é na sexta, às 8h, em Saitama.
Daniel Alves se destaca
Mais lateral do que meio-campista hoje, Daniel Alves foi o melhor do Brasil porque usou sua experiência para evitar lances de precipitação, como foi rotina com os atacantes, e organizar de trás o jogo da equipe. À vontade, o lateral-direito mostrou muita facilidade para o jogo de trocas de passe curtas e ainda teve uma das melhores chances de gol ainda no primeiro tempo, em cobrança de falta defendida por Ochoa. Na responsabilidade da cobrança do primeiro pênalti, colocou o Brasil em vantagem e comandou a festa da classificação.
Além da vaga na final do futebol masculino e na semifinal do vôlei masculino, o Brasil conquistou nesta terça medalha de ouro na vela, bronze nos 400 metros com barreira e pelo menos a terceira de bronze no boxe.
Equilíbrio de chances e iniciativa
A lesão de Matheus Cunha abriu espaço para Paulinho na escalação original da seleção brasileira. Para além dessa mudança de jogador, o time mudou um pouco a forma de jogar. Diferentemente do que aconteceu contra times mais defensivos nos jogos anteriores, Arana ficou mais retraído para dar conta dos contra-ataques em velocidade do México e o Brasil atacou com três ou quatro jogadores, a depender do posicionamento de Claudinho. O time teve mais posse de bola no primeiro tempo, mas a impressão foi que o jogo nunca esteve controlado.
O Brasil teve boas chances com Arana depois de um lançamento de Bruno Guimarães com corta-luz de Claudinho, com Antony depois de passe de Daniel Alves na entrada da área e do próprio lateral numa batida de falta bem defendida por Ochoa. Também rolou pênalti marcado aos 27 minutos em Douglas Luiz e anulado após consulta ao VAR. O México reagiu depois de tomar pressão com duas chances depois dos 40: chute forte de Romo na área que Santos pegou e finalização de Antuna travada pela defesa depois de um erro de Claudinho na saída.
Essa divisão de chances no primeiro tempo mostra o equilíbrio. Em vez de tentarem aumentar o ímpeto, os times voltaram do intervalo com movimentos defensivos mais claros e o jogo esfriou. Os treinadores fizeram alterações para mudar essa história, com Diego Lainez de um lado, Gabriel Martinelli e Reinier de outro. O Brasil teve uma boa chance aos 36 minutos da etapa complementar, com cruzamento de Daniel Alves na área e cabeceio de Richarlison na trave. Martinelli não pegou o rebote, mas a prova de força brasileira não evitou o 0 a 0 no tempo normal.
Prorrogação morna
André Jardine lançou Malcom no intervalo entre o tempo normal e a prorrogação e Jaime Lozano chegou às seis substituições permitidas ainda no primeiro tempo do período extra, mas as equipes seguiram pouco inspiradas no ataque e fazendo o possível para não dar brechas para o contra-ataque. Uma chatice. O Brasil quis mais jogo no segundo tempo, procurou a linha de fundo com Guilherme Arana, mas não criou nada consistente ou que obrigasse Ochoa a trabalhar. Tampouco o México. A decisão era para ser nos pênaltis, mesmo.
FICHA TÉCNICA
MÉXICO 0 (1) x (4) 0 BRASIL
Competição: Jogos Olímpicos de Tóquio, semifinal do futebol masculino
Local: Estádio Kashima, em Kashima (Japão)
Data/hora: 3 de agosto de 2021 (terça-feira), às 5h (de Brasília)
Árbitro: Georgi Kabakov (Bulgária)
Assistentes: Martin Margaritov e Diyan Valkov (ambos da Bulgária)
VAR: Marco Guida (Itália)
Cartões amarelos: César Montes, Diego Lainez, Henry Martín, Loroña, Luis Romo (México), Diego Carlos, Antony, Bruno Guimarães, Reinier, Douglas Luiz (Brasil)
MÉXICO: Ochoa; Loroña, César Montes, Johan Vásquez e Jesús Angulo (Adrian Mora, aos 7/1ºT da prorrogação); Esquivel (Carlos Rodríguez, no intervalo), Luis Romo e Córdova (Ricardo Angulo, aos 32/2ºT); Antuna (Diego Lainez, aos 16/2ºT), Alexis Vega (Alvarado, aos 46/2ºT) e Henry Martin (Eduardo Aguirre, aos 7/1ºT da prorrogação). Técnico: Jaime Lozano.
BRASIL: Santos; Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana; Douglas Luiz (Matheus Henrique, aos 9/2ºT da prorrogação), Bruno Guimarães e Claudinho (Reinier, aos 27/2ºT); Antony (Malcom, entre o tempo normal e a prorrogação), Paulinho (Gabriel Martinelli, aos 21/2ºT) e Richarlison. Técnico: André Jardine.