O que parecia uma conquista tranquila se tornou uma final dramática, mas o São Paulo quebrou seu jejum e voltou a conquistar a Copa São Paulo de Futebol Júnior nove anos depois.
Depois de abrir vantagem sobre o Vasco, o time levou dois gols na parte derradeira do jogo, viu os vascaínos empatarem em 2 a 2 e precisou dos pênaltis (3 a 1) para erguer a taça.
Campeã também em 1993, 2000 e 2010, a equipe tricolor pôde finalmente se vingar da derrota sofrida na decisão de 1992, ano em que o Vasco levou o torneio pela única vez, também nos pênaltis.
Desta vez, brilhou no desempate o goleiro Thiago Couto, que encerrou a disputa defendendo a batida de Riquelme.
O São Paulo chegou ao troféu sem quatro de seus principais atletas -Luan, Igor Gomes, Walce e Toró-, a serviço da seleção brasileira sub-20.
Gabriel Sara, que começou muito bem o torneio, acabou se machucando. E outros, que poderiam contribuir, como Helinho, estão integrados ao grupo profissional.
Mesmo assim, os comandados de Orlando Ribeiro construíram uma campanha sólida, com seis vitórias, três empates, 28 gols marcados e nove sofridos. A trajetória foi concluída sob os olhos de André Jardine, técnico do time principal tricolor, que foi ao Pacaembu acompanhar a decisão.
Também estava no estádio a torcedora Larissa, de seis anos, que luta contra um câncer no cérebro e se tornou uma espécie de símbolo do time.
Antes da final, todos os jogadores rasparam a cabeça em homenagem à garota, uma referência ao tratamento quimioterápico.
Em campo, os carecas mostraram bastante superioridade sobre os cabeludos em boa parte do jogo.
Empurrada por um Pacaembu lotado no aniversário dos 465 anos da cidade de São Paulo, a equipe da casa apertou a saída do Vasco e controlou a posse de bola durante todo o primeiro tempo.
Havia afobação nas finalizações, algo até compreensível para atletas que não estão habituados a jogar com grande público.
O próprio artilheiro Gabriel Novaes perdeu uma chance clara antes de abrir o placar, de cabeça, aos 39 minutos, marcando pela décima vez na Copinha e assegurando o posto de goleador da competição.
A superioridade se manteve no começo da etapa final, disputada sob tempestade. Aos oito, Antony, que já havia feito o cruzamento do primeiro gol, recebeu na área, encarou Gabriel Norões e ampliou.
Só aí o Vasco começou a atacar com maior perigo. Houve três oportunidades enfileiradas, mas o centroavante Tiago Reis não estava em seu melhor dia.
O São Paulo, então, passou a adotar um comportamento mais defensivo e a cometer faltas. Uma delas, aos 31, foi muito bem batida por Lucas Santos, que descontou.
Neste momento, para irritação dos torcedores, o melhor em campo, Antony, já estava no banco.
Funcionaram de maneira bem mais eficiente as substituições dos visitantes, que tiveram sucesso na pressão. Aos 39, a bola foi alçada na área e Tiago Reis, enfim, teve calma para dominar e balançar a rede.
Foi com apreensão que boa parte dos mais de 37 mil presentes no estádio chegaram à disputa de pênaltis. Mas, ao contrário do que ocorreu no Pacaembu há 27 anos, o São Paulo conseguiu ser mais preciso nas cobranças e levantar a taça.